Ofensiva "mais limitada em termos geográficos, mas não em brutalidade"

O presidente dos Estados Unidos da América considera que "Putin nunca conseguirá controlar e ocupar toda a Ucrânia" e anunciou dois novos pacotes de ajuda financeira e militar ao país invadido.

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© Win McNamee/Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
21/04/2022 16:37 ‧ 21/04/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Joe Biden

O presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, alertou esta quinta-feira que o facto de o seu homólogo russo, Vladimir Putin, ter mudado a estratégia da invasão da Ucrânia e concentrado a atividade militar no leste do país, não significa que o conflito irá desescalar.

Em conferência de imprensa, a partir da Casa Branca, o democrata sublinhou que é necessário “acelerar” a assistência dada à Ucrânia e ajudar o país a “preparar-se” para a ofensiva da Rússia, que agora “será mais limitada em termos geográficos, mas não em termos de brutalidade”. Mas defendeu: “Putin nunca conseguirá controlar e ocupar toda a Ucrânia”.

“Não sabemos quanto tempo é que esta guerra vai durar, mas à medida que nos aproximamos do marco de dois meses, eis o que sabemos: Putin falhou em alcançar as suas grandes ambições no campo de batalha. Depois de semanas a bombardear Kyiv, Kyiv permanece de pé. O presidente [ucraniano] Zelensky e o seu governo democraticamente eleito ainda permanecem no poder”, frisou.

Lembrando que o exército ucraniano “foi reforçado desde o primeiro dia com um abastecimento ilimitado de armas” por várias “nações do mundo livre”, Biden considerou que “Putin está a apostar” que os países ocidentais “percam o interesse” em ajudar a Ucrânia. “Ele contava que a NATO, a União Europeia, os nossos aliados e a Ásia se separassem, se afastassem. Ele ainda aposta nisso. Mais uma vez, vamos provar que ele está errado. Não vamos diminuir a nossa determinação”, alertou.

De forma a “aumentar ainda mais a capacidade de luta da Ucrânia na região do Donbass”, os EUA vão providenciar um pacote adicional de 800 milhões de dólares [cerca de 737 milhões de euros] de “assistência de segurança”. “Os Estados Unidos e os nossos aliados e parceiros estão a mexer-se o mais rapidamente possível para continuar a fornecer à Ucrânia as armas de que precisam”, garantiu.

Foi também anunciado um segundo pacote de 500 milhões de dólares [460 milhões de euros] de ajuda económica à Ucrânia e ao “povo ucraniano”. 

“Além de reforçar a resistência da Ucrânia no campo de batalha, também estamos a demonstrar o nosso apoio ao povo da Ucrânia. Hoje, os Estados Unidos anunciam que pretendem fornecer 500 milhões de dólares adicionais em assistência económica direta ao governo ucraniano”, explicou Biden.

O pacote poderá ser utilizado pelo governo ucraniano “para estabilizar a sua economia, apoiar as comunidades que foram devastadas pelos ataques russos e pagar aos corajosos trabalhadores que continuam a fornecer serviços essenciais ao povo da Ucrânia”.

O presidente dos EUA anunciou também o programa ‘União pela Ucrânia’, que tem como objetivo "permitir que os ucranianos que procurem asilo venham diretamente da Europa para os Estados Unidos", sendo que “este novo programa de liberdade condicional humanitária complementará as vias legais existentes disponíveis para os ucranianos, incluindo vistos de imigrantes e processamento de refugiados.

“Este programa será rápido, simplificado e garantirá que os Estados Unidos honrem o seu compromisso com o povo da Ucrânia e não precisem passar pela nossa fronteira a sul”, disse.

Ao 57.º dia, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

Leia Também: AO MINUTO: Rússia não respondeu a Guterres; "Vida pacífica" em Mariupol?

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