A inteligência britânica voltou a avisar para potenciais atividades de propaganda russa nas cidades ocupadas, alertando este domingo que a Rússia poderá estar a planear a realização de um referendo em Kherson. O objetivo é manipular o sufrágio, de modo a justificar a ocupação e assegurar uma importante cidade no sul da Ucrânia e de acesso pela Crimeia.
A prática não é nova: segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido, a Rússia realizou um referendo ilegítimo na Crimeia em 2014, em que o território votou a favor de fazer parte do território russo após a ocupação.
"As próprias eleições da Rússia têm sido atacadas por alegações de manipulação de votos e vimos altos membros da oposição serem impedidos de concorrer", acrescentou o governo britânico.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 24 April 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) April 24, 2022
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A referência dos britânicos recorda várias eleições na Rússia, nas quais candidatos como Alexei Navalny, o opositor mais conhecido de Vladimir Putin, foi impedido de concorrer à liderança do país.
As acusações do Reino Unido surgem numa altura em que a Ossétia do Sul, território georgiano ocupado pela Rússia em 2008, deu "o primeiro passo" para a sua integração na Rússia, ao solicitar a convocação de um referendo junto da comissão eleitoral central desta região separatista da Geórgia.
Desde o início da invasão da Rússia a 24 de fevereiro, já morreram mais de 2.400 civis ucranianos na guerra, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a agência da ONU alerta que o número real de mortos deverá ser muito superior, tendo em conta o elevado número de civis mortos em cidades bombardeadas e sitiadas pelos russos, e as valas comuns que vão sendo encontradas em cidades após a retirada de tropas.
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