Num lado do mundo, o Twitter, do outro, a guerra. "Abismo civilizacional"

Conselheiro do presidente ucraniano criticou as ações dos russos e do empresário Elon Musk.

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Hélio Carvalho
26/04/2022 08:24 ‧ 26/04/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Ucrânia

O conselheiro de Volodymyr Zelensky e diplomata Mykhailo Podolyak juntou-se ao coro de críticas às recentes declarações da diplomacia russa, no que diz respeito à guerra na Ucrânia, mas juntou-lhes um tom acusatório contra o empresário norte-americano Elon Musk.

Numa mensagem de Twitter, Podolyak disse que, se "num lado do mundo, Elon Musk compra o Twitter entre as pausas de enviar mísseis para o espaço, o ministro russo ameaça o mundo com guerra nuclear".

O diplomata ucraniano mencionou ainda as ações de censura sobre as redes sociais na Rússia e meteu tudo na mesma categoria de "abismo civilizacional".

Na segunda-feira, foi anunciado que o empresário Elon Musk, dono da Tesla e da SpaceX, comprou a rede social Twitter, um negócio que supera os 40 mil milhões de euros.

O homem mais rico do mundo procurou tranquilizar os utilizadores, afirmando que "a liberdade de expressão é a fundação de uma democracia funcional, e o Twitter é a praça digital onde matérias vitais para o futuro da humanidade são debatidas".

Já no Kremlin, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou também na segunda-feira que o perigo de uma terceira guerra mundial é "é sério, é real, não podemos subestimá-lo".

O comentário de Lavrov foi criticado pelo homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, que considerou que as palavras do russo "apenas demonstram que Moscovo sente a derrota na Ucrânia".

Desde o início da invasão da Rússia a 24 de fevereiro, já morreram mais de 2.600 civis ucranianos na guerra, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a agência da ONU alerta que o número real de mortos deverá ser muito superior, tendo em conta o elevado número de civis mortos em cidades bombardeadas e sitiadas pelos russos, e as valas comuns que vão sendo encontradas em cidades após a retirada de tropas.

Leia Também: AO MINUTO: Russos tomam Kreminna; Kuleba diz que Rússia "sente derrota"

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