O secretário de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), Lloyd Austin, voltou esta terça-feira a criticar a invasão russa da Ucrânia. Numa conferência de imprensa, na base aérea alemã de Ramstein, onde representantes oficiais de 40 países estão reunidos para analisar o armamento da Ucrânia, Austin sublinhou que a “invasão” e as “atrocidades” cometidas por tropas russas são “indefensáveis”.
“A invasão levada a cabo pela Rússia é indefensável, assim como as atrocidades russas", afirmou, citado pelo CNN International. “Hoje, todos começámos com uma clareza moral - a Rússia está a travar uma guerra de escolha para satisfazer as ambições de um homem”.
“A Ucrânia está a travar uma guerra de necessidade para defender a sua democracia, a sua soberania e os seus cidadãos”, frisou.
Lloyd manifestou a sua “admiração” pelas Forças Armadas da Ucrânia, país que “claramente acredita que pode vencer”. “A Ucrânia precisa hoje da nossa ajuda para vencer e ainda precisará da nossa ajuda quando a guerra acabar”, afirmou.
“Meus amigos ucranianos, sabemos o fardo que vocês carregam. E sabemos, tal como vocês devem saber, que vos apoiamos. E é por isso que estamos aqui hoje: para fortalecer o arsenal da democracia ucraniana. Estamos aqui por causa da coragem da Ucrânia, por causa de civis inocentes que foram mortos e por causa do sofrimento que o seu povo ainda sofre. O vosso país foi devastado, os vossos hospitais foram bombardeados, os vossos cidadãos foram executados e as vossas crianças ficaram traumatizadas”, acrescentou.
Lloyd e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reuniram-se ontem com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e anunciaram um pacote de 713 milhões de dólares [661 milhões de euros] em financiamento militar estrangeiro para a Ucrânia e 15 países aliados e parceiros. Na viagem de regresso, Austin disse aos jornalistas que a Ucrânia pode “ganhar” a guerra se tiver o “equipamento” e “apoio certo”.
“A primeira coisa para ganhar é acreditar que se pode ganhar. E eles [ucranianos] estão convencidos de que podem ganhar", afirmou. "Podem ganhar se tiverem o equipamento certo, o apoio certo".
Ao 62.º dia da invasão russa da Ucrânia, pelo menos dois mil civis morreram, segundo dados apurados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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