"A Ucrânia acredita claramente que pode vencer e todos aqui também", disse Lloyd Austin, na abertura da reunião convocada por Washington, na base aérea dos Estados Unidos em Ramstein, no oeste da Alemanha.
Cerca de quarenta países estão representados na reunião, incluindo a Alemanha, que anunciou hoje a autorização para a entrega a Kiev de veículos blindados do tipo "Guepard", um ponto de viragem na política seguida até ao momento por Berlim em matéria de apoio militar à Ucrânia.
"Podemos fazer mais, através da nossa base industrial de defesa, para continuar a ajudar a Ucrânia a defender-se de forma ainda mais eficaz", disse Austin.
"Continuaremos a mover céus e terra para poder satisfazer" as necessidades de defesa ucranianas, acrescentou o secretário da Defesa norte-americano, que no domingo se reuniu, em Kiev, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acompanhado do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Os Estados Unidos, que fornecem a maior parte da ajuda militar internacional à Ucrânia, querem dar-lhe "o tipo de apoio, o tipo de artilharia e de munições eficazes nesta fase dos combates", tinha já afirmado, anteriormente, o líder do Pentágono numa conferência de imprensa na Polónia, perto da fronteira ucraniana.
Kiev pede principalmente artilharia pesada e blindados que lhe permitam repelir as forças russas nas planícies do sul e leste do país, numa altura em que o equipamento de fabrico russo, para o qual as forças ucranianas receberam treino, está a tornar-se escasso.
A reunião de hoje também visa garantir a segurança de longo prazo da Ucrânia.
"A Ucrânia precisa da nossa ajuda para vencer, hoje, e continuará a precisar da nossa ajuda quando a guerra acabar", disse Lloyd Austin.
A reunião em Ramstein não se realiza no âmbito da NATO, embora conte com a presença de um representante da Aliança Atlântica, em substituição do secretário-geral, Jens Stoltenberg, que cancelou a viagem por motivos de saúde.
Entre os 40 países participantes estão os aliados europeus dos Estados Unidos, entre os quais Portugal, mas também países como Austrália e Japão, que temem que uma vitória russa na Ucrânia abra um precedente e encoraje as ambições territoriais da China.
A Finlândia e a Suécia, países tradicionalmente neutrais que, desde a invasão da Ucrânia, ponderam aderir à NATO, também estão representados.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Leia Também: EUA. "Invasão e atrocidades russas" na Ucrânia são "indefensáveis"