Ocidente quer "contornar" possível veto da Rússia na Bósnia-Herzegovina

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou terça-feira que os países do Ocidente estão a estudar alternativas para garantir a missão na Bósnia-Herzegovina caso a Rússia bloqueie o prolongamento da missão de segurança.

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Lusa
27/04/2022 06:25 ‧ 27/04/2022 por Lusa

Mundo

Bósnia-Herzegovina

"Uma força internacional com um mandato apropriado é essencial para tentar manter um ambiente seguro na Bósnia e na Herzegovina", disse Blinken, que ocupa uma posição equivalente à de ministro dos Negócios Estrangeiros nos governos europeus.

"Estamos envolvidos com uma variedade de atores neste plano de contingência e estamos a tentar assegurar que temos uma alternativa" se o mandato da Força Europeia na Bósnia (EUFOR Althea) não for renovado, disse o governante numa audição no Comité de Relações Externas do Senado norte-americano, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

A EUFOR Althea tinha cerca de 600 militares, tendo sido reforçados com mais 500, e substituiu a missão de manutenção da paz da NATO (SFOR) em 2004, e termina o mandato em novembro, depois de no final do ano passado a Rússia ter, de forma relutante, aceite mais um ano de mandato da missão na Bósnia-Herzegovina, um país dividido por linhas étnicas desde o final da guerra dos anos 90.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sublinhou no início de março, em Sarajevo, a importância decisiva da reforçada missão militar da EUFOR-Althea da União Europeia na Bósnia-Herzegovina para "dissuadir" qualquer tentativa de desestabilização do país balcânico.

Em declarações aos 'media' na base desta missão militar, o alto representante da União Europeia para a política externa considerou que o risco de desestabilização na Bósnia aumentou após a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro.

A Bósnia-Herzegovina tem adiado desde há vários anos a reforma da sua lei eleitoral, que apenas permite aos membros dos povos constitutivos -- bosníacos (muçulmanos), sérvios e croatas -- serem candidatos à presidência colegial e à Câmara alta do parlamento central, e que supõe uma discriminação a pessoas de outras origens.

Em paralelo, o recente boicote às instituições centrais e os planos secessionistas do líder sérvio bósnio Milorad Dodik agravaram a sempre presente tensão étnica da Bósnia aos seus níveis mais elevados desde a guerra civil que entre 1992 e 1995 entre muçulmanos, sérvios e croatas.

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