Duas empresas europeias - uma alemã e outra austríaca - confirmaram, esta quinta-feira, estar em conversações com a petrolífera estatal russa Gazprom sobre o pagamento de gás, mas cumprindo, em simultâneo, as sanções da União Europeia (UE) à Rússia devido à invasão da Ucrânia e a exigência de Moscovo para que o pagamento do gás russo seja feito em rublos.
Citada pela CNN International, a alemã Uniper - uma das principais companhias de gás da Europa - afirmou “considerar ser possível uma conversão de pagamentos em conformidade com a lei das sanções e o decreto russo”. “A Uniper continuará a pagar em euros. A Uniper está em conversações com o seu parceiro contratual sobre as modalidades concretas de pagamento e está também em estreita coordenação com o governo alemão”, frisou.
“Para a nossa companhia e para a Alemanha como um todo, não é possível ficar sem o gás russo a curto prazo; isto teria consequências dramáticas para a nossa economia”, acrescentou.
Já a austríaca OMV afirmou que analisou “o pedido da Gazprom sobre os métodos de pagamento à luz das sanções da União Europeia” e está “agora a trabalhar numa solução compatível com as sanções”.
Sublinhe-se que a Gazprom suspendeu ontem o fornecimento de gás à Bulgária e à Polónia, perante a recusa em fazer os pagamentos em rublos.
No final de março, o presidente russo, Vladimir Putin, tinha dito que os clientes estrangeiros da Gazprom, "hostis à Federação Russa", deveriam pagar o gás importado em rublos.
Segundo fonte da gigante Gazprom, a exigência de pagamento de gás russo em rublos por Moscovo levou 10 compradores europeus de gás a abrirem contas na Gazprombank, sendo que quatro já pagaram fornecimentos na moeda russa.
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