"Vou para Zaporijia para preparar a esperada evacuação de Mariupol", cidade portuária estratégica localizada no sudeste da Ucrânia que está sitiada pelas forças russas desde o início de março, escreveu Osnat Lubrani na rede social Twitter.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, que está desde quarta-feira em Kiev, cumpre sua primeira visita à Ucrânia desde o início da ofensiva russa naquele país, a 24 de fevereiro.
Ao chegar na quarta-feira à capital ucraniana, numa conferência de imprensa improvisada para os jornalistas portugueses presentes em Kiev, Guterres disse que a prioridade mais imediata no conflito da Ucrânia é criar condições para salvar os civis que se encontram retidos na fábrica metalúrgica Azovstal em Mariupol, frequentemente caracterizada como a "cidade mártir".
Neste complexo siderúrgico, onde está o último bastião de resistência das forças ucranianas, estarão retidos mais de 400 feridos, civis e militares.
Até agora, nenhuma tentativa de retirada de pessoas da Azovstal foi bem-sucedida.
"O inimigo está a bombardear e bloquear massivamente as nossas unidades perto da fábrica de Azovstal", afirmou hoje o Ministério da Defesa ucraniano, no seu comunicado diário.
No total, cem mil civis permanecem em Mariupol, cidade de meio milhão de habitantes antes da invasão russa, segundo as estimativas das autoridades ucranianas.
A autarquia de Mariupol, por seu lado, declarou que pelo menos 20.000 pessoas já morreram desde a ofensiva russa sobre a cidade.
A ONU disse, na terça-feira, que o Presidente russo, Vladimir Putin, aceitou "em princípio" o envolvimento das Nações Unidas e do Comité Internacional da Cruz Vermelha na retirada dos civis retidos na Azovstal.
Este anúncio foi feito após a reunião de António Guterres e Vladimir Putin, na terça-feira, em Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número de baixas civis e militares ainda por determinar.
A ONU confirmou na quarta-feira que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos, mas manteve o alerta para a probabilidade de os números serem consideravelmente superiores.
O conflito levou mais de 5,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
[Notícia atualizada às 12h39]
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