O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi acusado pelo general Waldemar Skrzypczak, um antigo chefe do exército polaco, de comprometer a Ucrânia na guerra contra a Rússia ao revelar que soldados ucranianos estavam na Polónia a receber treino sobre como utilizar defesas antiaéreas.
A crítica do também ex-vice-ministro da Defesa polaco surge cerca de uma semana após o governante britânico revelar, numa conferência de imprensa em Nova Deli, que o Reino Unido estava “atualmente a treinar ucranianos na Polónia para usar defesas antiaéreas”, enquanto outros estavam no Reino Unido a receber treino para “operar veículos blindados” oferecidos por Londres à Ucrânia.
"O treino militar é uma questão do exército, em tal situação secreta. Que um homem se contenha e pense antes de dizer tais coisas", disse Skrzypczak ao jornal polaco Fakt.
"O primeiro-ministro pode não estar ciente disso, mas com tais declarações coloca em risco o sucesso de toda a operação militar, bem como a segurança dos soldados. Tais afirmações são um mal tentador", acrescentou.
Sublinhe-se que Boris Johnson prometeu, durante um encontro com o presidente Volodymyr Zelensky em Kyiv, a 9 de abril, fornecer à Ucrânia 120 veículos blindados e novos sistemas de mísseis antinavio como parte da ajuda militar britânica, que inclui mais de 10.000 mísseis antitanque.
Ao 64.º dia da invasão russa da Ucrânia, quase três mil civis morreram, segundo dados apurados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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