Referindo-se aos golpes de Estado e tentativas de golpe que têm ocorrido na sub-região, nomeadamente no Mali, Guiné-Conacri, Burkina Faso, Umaro Sissoco Embaló afirmou que a CEDEAO "arranjou soluções".
"Hoje na Guiné-Bissau tenho algumas tropas de países da CEDEAO. Nigéria, Senegal, Gana, Costa do Marfim e nós vamos fazer o mesmo para outros países", afirmou, em conferência de imprensa em Pretória, com o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, segundo um áudio divulgado pela Presidência guineense à imprensa em Bissau.
A CEDEAO anunciou o envio de uma missão militar de interposição para a Guiné-Bissau em fevereiro na sequência de um ataque contra o Palácio do Governo, quando decorria uma reunião do Conselho de Ministros, em que participavam o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.
O porta-voz do Governo guineense e ministro do Turismo, Fernando Vaz, confirmou na quarta-feira que as forças já tinham começado a chegar ao país, mas remeteu mais pormenores para a cimeira dos chefes das Forças Armadas, que vai decorrer em maio no Gana.
Fontes militares confirmaram à Lusa na segunda-feira que a força de estabilização será composta "num primeiro momento" por 631 militares.
Nas declarações aos jornalistas na África do Sul, o chefe de Estado guineense também abordou a questão do tráfico de droga, salientando que a "má reputação" do país é por causa de "problemas do passado".
Umaro Sissoco Embaló afirmou que hoje essa "pandemia", referindo-se ao tráfico de drogas e aos traficantes, já não existem na Guiné-Bissau, porque foram combatidos para "voltarem de onde vieram".
O Presidente da Guiné-Bissau iniciou hoje uma visita de Estado à África do Sul, de quatro dias, com o objetivo de reforçar as relações bilaterais, políticas e socioeconómicas.
Umaro Sissoco Embaló lidera uma delegação que inclui a ministra dos Negócios Estrangeiros, Suzi Barbosa, o ministro dos Recursos Naturais e Energia, Orlando Viegas, o ministro da Defesa, Sandji Fati, o ministro do Comércio, Tcherno Djaló, e o ministro da Saúde, Dionísio Cumba.
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