Ataque da Rússia a Kyiv "foi uma boa lição para António Guterres"
José Milhazes comentou na SIC Notícias, na manhã desta sexta-feira, o ataque a Kyiv, desta vez com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no terreno.
© Dom Quixote/Facebook
Mundo Ucrânia/Rússia
Na edição da manhã da SIC Notícias, desta sexta-feira, o comentador José Milhazes reagiu não só ao ataque que a Rússia confirmou contra Kyiv, na passada quinta-feira, que causou um morto durante a visita do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como também ao que se poderá esperar de Putin com o aproximar de 9 de maio, dia em que se assinala a capitulação da Alemanha nazi para a União Soviética na Segunda Guerra Mundial.
Na perspetiva do comentador da SIC, esta recente afronta da Rússia "é um sinal claríssimo de que não leva em atenção nenhuma organização internacional, nomeadamente a ONU". Milhazes pensa que "foi uma boa lição para António Guterres e deveria ser para muitos dirigentes ocidentais para ver se compreendem com quem é que estão a tratar".
O jornalista defende que não se está a lidar "com políticos de todo sensatos, mas que se aproximam cada vez mais de paranoias", o que justifica com a ameaça de uma invasão russa à Alemanha ou a de "fazer rebentar o planeta se na Ucrânia perderem a guerra".
Para Milhazes, "isto é uma escalada de retórica guerreira que começou na Rússia a ver quem faz as piores ameaças" e, como tal, pensa que "não há nenhuma possibilidade de abertura [de corredor humanitário em Mariupol esta sexta-feira]", visto que, "quando Guterres falou, o Kremlin veio logo dizer que não tinha sido chegado a acordo".
O jornalista recorda que dentro da Azovstal não só estão civis, como também militares e recorda que o presidente russo, Vladimir Putin, informou que da Azovstal não iria "entrar nem sair uma mosca", ou seja, na sua opinião, isso significa que "a Rússia só aceitará um corredor humanitário se se criarem efetivamente dois corredores", um para os civis e outro para militares ucranianos, o que seria "mais demorado" porque iriam investigar "militar a militar".
"Do ponto de vista externo, Putin vai tentar mostrar resultados vitoriosos. Na realidade, as coisas continuam muito indecisas, os ucranianos continuam a oferecer resistência, os russos tentam avançar, mas, por enquanto, não há ainda nenhuma definição clara no que diz respeito a uma vitória ou derrota de um dos lados", salientou.
Quanto ao dia 9 de maio, a previsão do comentador é que se realize uma parada em Moscovo, na Rússia, que "poderá trazer algumas surpresas, como, por exemplo, o desfile de prisioneiros ucranianos nas ruas". Milhazes relembra que este ato seria imitar "o que Estaline fez em relação aos alemães que se renderam durante a Segunda Guerra Mundial". Prevê que se possam também realizar "paradas noutras regiões do leste da Ucrânia, nomeadamente nas repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk", assim como "uma parada militar em Mariupol".
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