Numa altura em que a guerra na Ucrânia entra já na nona semana, encontra-se a decorrer uma operação que tem o objetivo de ajudar sobreviventes do Holocausto a escaparem da Ucrânia, noticia o The New York Times.
Um total de 78 sobreviventes do Holocausto, que já conseguiram fugir à guerra na Ucrânia, estão agora à procura de refúgio na Alemanha - país que, para muitos deles, apenas oferece recordações traumáticas, que remontam aos tempos da Segunda Guerra Mundial.
Isto depois da Conferência de Reivindicações Judaicas e do Comité Misto de Distribuição Americano terem organizado missões de salvamento destinados a estes idosos, agora numa situação de elevada vulnerabilidade.
Galina Ploschenko, de 90 anos, foi uma das pessoas resgatadas por esta via. A idosa viajou durante três dias a partir da sua cidade natal, em Dnipro, para um centro de cuidados sénior em Hanôver, na Alemanha.
"Disseram-me que a Alemanha era a minha melhor opção. Eu disse-lhes: 'Espero que tenham razão'", afirmou, em declarações ao The New York Times.
Galina Ploschenko descreveu ainda os momentos em que foi obrigada a ficar presa na sua cama, num centro de repouso em Dnipro, enquanto os ataques de artilharia atingiam a cidade onde até agora residia, localizada no sudeste da Ucrânia.
E acrescentou, recordando os tempos 'sombrios' do Holocausto: "Naquela primeira vez, eu era uma criança, com a minha mãe como minha protetora. Agora, senti-me tão só. É uma experiência terrível, uma experiência dolorosa".
Importa recordar que, durante a Segunda Guerra Mundial, o acolhimento oferecido pela União Soviética acabaria por salvar muitos destes indivíduos, de origem judaica, da 'morte quase certa'. Agora, viram-se obrigados a fugir das investidas militares russas para garantir a sua sobrevivência - encontrando abrigo num país que, num outro século, foi largamente cruel para o povo judeu.
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