Um dia depois de ter estado lado a lado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e de ter visitado quatro cidades daquele país, entre elas Kyiv, Borodianka, Bucha e Irpin, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, confessou ter ficado “comovido com a resiliência e bravura” do povo ucraniano. Prometeu ainda que a ONU não irá “desistir” de colocar termo à invasão russa, que continua a devastar a Ucrânia e a vida dos seus habitantes.
"Fiquei comovido com a resiliência e bravura do povo da Ucrânia. A minha mensagem para eles é simples: Não vamos desistir. A ONU redobrará os seus esforços para salvar vidas e reduzir o sofrimento humano. Nesta guerra, como em todas as guerras, os civis pagam sempre o preço mais alto", admitiu Guterres, numa publicação na rede social Twitter, acompanhada por várias fotografias da sua visita desta quinta-feira.
Recorde-se que o encontro do secretário-geral da ONU com o presidente ucraniano ficou marcado por dois novos ataques a Kyiv, cidade que Guterres descreveu como “sagrada”, devendo ser, por isso, “poupada”. "O ataque a Kyiv chocou-me", reiterou, em entrevista à RTP3.
I was moved by the resilience and bravery of the people of Ukraine. My message to them is simple: We will not give up.
— António Guterres (@antonioguterres) April 29, 2022
The @UN will redouble its efforts to save lives and reduce human suffering. In this war, as in all wars, the civilians always pay the highest price. pic.twitter.com/dd1OsyzAOb
Tendo visto em primeira mão a devastação da Ucrânia causada pelas forças russas, o responsável sublinhou que a ONU "vai procurar responsabilização" pelo que aconteceu nos arredores de Kyiv, admitindo que o “Conselho de Segurança falhou em prevenir a guerra”.
Antes desta visita à capital ucraniana, Guterres reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo, decisão que foi criticada por Zelensky. Apesar de Putin ter "concordado, em princípio", com o envolvimento da ONU e da Cruz Vermelha na retirada de civis, serão realizadas novas discussões entre o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários e o Ministério da Defesa da Rússia.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva russa na Ucrânia já matou mais de 2.700 civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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