Japão e Indonésia instam a fim imediato da guerra
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o presidente indonésio, Joko Widodo, instaram, esta sexta-feira, ao fim imediato dos combates na Ucrânia e asseguraram que vão trabalhar juntos para melhorar as condições humanitárias no país.
© REUTERS/Chingis Kondarov
Mundo Rússia/Ucrânia
"A guerra na Ucrânia deve parar imediatamente e concordámos em criar uma situação propícia a que negociações e uma solução pacífica possam ser rapidamente alcançadas", declarou Widodo após a reunião com Kishida em Jacarta.
A Indonésia é a primeira paragem do primeiro-ministro japonês, numa viagem de oito dias que também o levará ao Vietname, à Tailândia, a Itália e ao Reino Unido.
A invasão da Ucrânia pela Rússia "abalou os alicerces da ordem internacional, inclusive na Ásia, e deve ser fortemente condenada", sustentou Kishida.
Kishida e Widodo também discutiram o papel da Indonésia como presidente em exercício do G20 (o grupo dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia).
"Usaremos a liderança indonésia do G20 como um catalisador para uma resposta humanitária e recuperação económica mundial", disse Widodo.
O chefe de Estado indonésio anunciou hoje que convidou tanto o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para participarem na cimeira dos líderes do G20 em Bali, em novembro.
Segundo Widodo, Putin aceitou participar, embora não tenha ficado claro se o fará pessoal ou virtualmente, e não se sabe ainda se Zelensky estará presente.
Widodo indicou também que rejeitou um pedido do líder ucraniano para a Indonésia fornecer armas à Ucrânia.
"O mandato da Constituição indonésia e os princípios da nossa política externa proíbem o fornecimento de armas a outros países", explicou o chefe de Estado, acrescentando: "Contudo, estamos prontos para fornecer ajuda humanitária à Ucrânia".
"Reiterei a importância de pôr fim à guerra imediatamente [e] enfatizei igualmente que os esforços de paz devem prosseguir e que a Indonésia está pronta para contribuir para esses esforços de paz", declarou, em declarações transmitidas pela televisão.
A Indonésia espera obter mais investimento japonês, especialmente em energia, cimento, tecnologia agrícola e saúde, e que o Japão a torne uma parte importante da cadeia de abastecimento global das suas indústrias, referiu Widodo.
O Japão é o terceiro maior destino das exportações da Indonésia e o quinto maior investidor. A cooperação entre os dois países asiáticos inclui a rede de metropolitano Jakarta Mass Rapid Transit e o porto de Patimban, na província de Java Ocidental.
A ofensiva militar russa iniciada na madrugada de 24 de fevereiro na Ucrânia -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, e a guerra, que entrou hoje no 65.º dia, causou até agora a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, mais de 5,4 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.899 civis morreram e 3.235 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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