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Água do rio Dnieper chega à Crimeia após oito anos de bloqueio

A água do rio Dnieper chegou à península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, após oito anos de bloqueio por parte do Governo de Kyiv, anunciou, esta sexta-feira, o líder da Crimeia, Sergei Axiónov.

Água do rio Dnieper chega à Crimeia após oito anos de bloqueio
Notícias ao Minuto

19:57 - 29/04/22 por Lusa

Mundo Crimeia

"A água do Canal da Crimeia do Norte começou a chegar aos campos de agricultores da Crimeia, no distrito de Krasnoperekopsk", disse Axyonov na sua conta da rede social Telegram.

O abastecimento de água que os agricultores da Crimeia começaram a receber será gratuito até ao final deste ano, segundo as autoridades locais.

O governo da Crimeia já recebeu pedidos no valor de 80 milhões de metros cúbicos para irrigar 25.000 hectares de terra.

Desta forma, as tropas russas resolveram a seca crónica que assola a península desde a anexação russa, com o desbloqueio de um canal no curso inferior do Dnieper.

No final de fevereiro, o exército russo libertou o canal de 400 quilómetros de extensão, construído na década de 1960, fazendo explodir a barragem ucraniana que bloqueava a água.

Um mês depois, a água encheu completamente o canal, que começa na região de Kherson e atravessa quase toda a península até a costa do Mar de Azov.

Antes de 2014, o canal atendia 85% das necessidades da península, que viu o fornecimento cortado por Kyiv, devido à anexação russa.

Os militares russos reconheceram na semana passada que têm planos para criar um corredor terrestre entre a região de Donbass e a Crimeia, e as autoridades de Moscovo recentemente deram a entender que investirão grandes quantias de dinheiro para reparar o canal.

Para tal, a Rússia estabeleceu esta semana um governo leal a Moscovo e pretende introduzir o rublo como moeda de troca em Kherson, região vizinha à Crimeia e onde começa o canal que abastece a península.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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