Paris e Berlim vão apoiar Moldova perante "riscos de destabilização"

Os chefes da diplomacia francês, Jean-Yves Le Drian, e alemã, Annalena Baerbock, declararam-se hoje determinados a apoiar a Moldova, perante os "riscos de destabilização" da ex-república soviética vizinha da Ucrânia, invadida pela Rússia há dois meses.

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Lusa
29/04/2022 21:06 ‧ 29/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Os ministros debateram a resposta europeia à guerra na Ucrânia e a continuação e o aprofundamento do apoio prestado ao país", declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

"Os dois ministros abordaram igualmente a situação na Moldova e a sua determinação conjunta em apoiá-la perante os riscos da sua destabilização", acrescentou Anne-Claire Legendre.

A região separatista pró-russa da Transnístria, na Moldova, foi esta semana abalada por uma série de explosões, fazendo temer um alastramento ao país da guerra que está a destruir a vizinha Ucrânia.

França declarou na terça-feira apoiar a Moldova, confrontada com "riscos de destabilização" e reiterou o seu "apoio à integridade territorial" daquele país.

Le Drian e Baerbock discutiram também as "ameaças à segurança alimentar" por causa da guerra na Ucrânia, um dos grandes produtores mundiais de cereais.

E "reafirmaram o seu compromisso de prestar assistência aos países em necessidade", no âmbito da presidência francesa do Conselho da União Europeia -- no primeiro semestre de 2022 -- e da presidência alemã do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo, integrado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).

A crise alimentar global, exacerbada pela guerra na Ucrânia, poderá mergulhar na pobreza 10 milhões de pessoas de todo o mundo, segundo Washington.

A Rússia e a Ucrânia são, respetivamente, o primeiro e o quinto exportadores mundiais de trigo, representando 30% da oferta global.

Desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, toneladas de cereais ficaram retidos nos cais de portos ucranianos como Mariupol, cidade bombardeada e desde o início de março cercada pelo exército russo devido à sua posição estratégica.

A ofensiva militar russa na Ucrânia -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, e a guerra, que entrou hoje no 65.º dia, causou até agora a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, mais de 5,4 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.899 civis morreram e 3.235 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

Leia Também: Acolhimento de refugiados em Setúbal é "desumano e vexatório"

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