"Valor da Ucrânia ficará na história", diz secretário da Defesa dos EUA

O responsável teceu elogios às forças ucranianas, depois de o porta-voz do Pentágono ter condenado Moscovo pela sua "brutalidade" e "depravação".

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Daniela Filipe
29/04/2022 22:33 ‧ 29/04/2022 por Daniela Filipe

Mundo

Ucrânia/Rússia

O secretário da Defesa norte-americana, Lloyd Austin, elogiou a capacidade militar da Ucrânia no conflito com a Rússia que, a seu ver, “ficará na história”.

Começando por descrever o cenário de guerra na Ucrânia, no qual os “hospitais foram bombardeados”, os civis “foram executados” e as “crianças foram traumatizadas”, o responsável não poupou elogios às forças armadas ucranianas, numa publicação na sua conta da rede social Twitter.

“Os hospitais da Ucrânia foram bombardeados. Os seus cidadãos foram executados. As suas crianças foram traumatizadas. E, apesar disso, [os ucranianos] fizeram um excelente trabalho a defender a sua soberania. O valor e a capacidade da Ucrânia ficarão na história militar”, considerou.

A apreciação do secretário da Defesa norte-americana surge depois de o porta-voz do Pentágono, John Kirby, ter tecido duras críticas a Moscovo, acusando o presidente russo, Vladimir Putin, de depravação e brutalidade na invasão da Ucrânia.

“É difícil olhar para algumas das imagens e imaginar que qualquer líder são, sério ou maduro faria isto. Não posso falar do seu psicológico, mas penso que todos podemos falar da sua depravação”, atirou o responsável, acusando o chefe de estado russo de ser “cruel” para com os cidadãos ucranianos.

“É uma brutalidade da mais depravada e fria”, rematou.

Esta sexta-feira, o presidente norte-americano, Joe Biden, pediu ao Congresso para que os EUA forneçam mais ajuda em termos económicos, humanitários e de segurança à Ucrânia, revelou Kirby, na mesma rede social.

O porta-voz do Pentágono explicou, em vídeo, que a ajuda dada à Ucrânia pela administração norte-americana “tem tido um impacto significativo no campo de batalha”, suportando as palavras do secretário da Defesa dos EUA quanto à importância da ajuda mundial nestas áreas, à medida que as forças russas desviam as suas atenções para o leste e o sul da Ucrânia.

De acordo com o responsável, o presidente pediu mais seis mil milhões de dólares no campo da segurança, que permitirão “a compra e contratação das armas que a Ucrânia necessita”. Outros cinco mil milhões de dólares serão destinados à simplificação de um programa de empréstimo e assistência milita da era da Segunda Guerra Mundial, para fornecer mais rapidamente equipamentos militares norte-americanos à Ucrânia e a outros países do leste europeu.

Além disso, 8.5 mil milhões de dólares servirão para auxiliar a Ucrânia economicamente, enquanto outros três mil milhões de dólares serão destinados à ajuda humanitária.

“Continuaremos a fazer tudo o que podemos unilateralmente enquanto os EUA, mas multilateralmente com os nossos aliados e parceiros de todo o mundo para ajudar a Ucrânia a defender-se. A defender a sua democracia. A defender a sua soberania. É disso que se trata, e estamos comprometidos com esse esforço”, assegurou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva russa na Ucrânia já matou mais de 2.700 civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Apesar da retórica russa, EUA não veem risco de uso de armas nucleares

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