Rússia pode organizar "falsos referendos" para anexar regiões em maio
A Rússia pode estar a preparar "falsos referendos" em "meados de maio" para tentar anexar as autoproclamadas repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, e outras zonas, alertou hoje um diplomata norte-americano, apontando para informações "muito credíveis".
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"De acordo com as últimas informações, acreditamos que a Rússia tentará anexar a república popular de Donetsk e a república popular de Lugansk", destacou o embaixador dos Estados Unidos na Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Michael Carpenter.
Em declarações aos jornalistas, o diplomata adiantou que estas informações mostram "que a Rússia pretende 'fabricar' referendos em meados de maio".
"Moscovo está a considerar um projeto semelhante para Kherson", uma cidade costeira ucraniana atualmente controlada pelas forças russas.
Michael Carpenter assegurou também que estas informações "são muito credíveis".
O diplomata norte-americano frisou ainda que os "falsos referendos ou votos fabricados não serão considerados legítimos", bem como "qualquer tentativa de anexar outros territórios ucranianos".
"Devemos agir com urgência", realçou, sem adiantar qualquer possível posição por parte do Ocidente.
A cidade de Kherson, perto da Crimeia, península anexada por Moscovo em 2014, é a primeira e até agora a única cidade de importância ucraniana que os russos assumiram o controle total desde o início da invasão.
Kiev também acusa a Rússia de querer organizar nesta região, como na região vizinha de Zaporizhzhia, um "referendo" sobre a independência.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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