Zelensky critica Lavrov por culpar os judeus de crimes nazis
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou hoje o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, de "culpar o povo judeu pelos crimes nazis", frisando que a Rússia "esqueceu-se de todas as lições da Segunda Guerra Mundial".
© Getty Images
Mundo Ucrânia
Num discurso publicado hoje de madrugada, Zelensky recordou que o "ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse abertamente que os maiores antissemitas, supostamente, encontram-se entre os próprios judeus e que provavelmente Hitler tinha sangue judeu".
"Como se pode dizer uma coisa destas na véspera da data que assinala a vitória sobre o nazismo [09 de maio de 1945]. Estas palavras significam que o primeiro diplomata da Rússia está a acusar o povo judeu pelos crimes nazis. Não há palavras", disse Zelensky.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, disse no passado domingo numa entrevista ao canal italiano Canal4, que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e Adolf Hitler partilham "origens hebraicas".
Na entrevista de quase 50 minutos, Lavrov referiu que a missão da invasão da Ucrânia é "desnazificar" o país e quando foi questionado sobre a origem judaica do chefe de Estado ucraniano, Lavrov afirmou que Hitler tinha as "mesmas origens."
"Isso não quer dizer nada. Há muito tempo que ouvimos o sábio povo judeu dizer que os antissemitas também são hebreu", disse Lavrov.
O ministro dos Negócios de Israel, Yair Lapid, já condenou as "graves declarações do homólogo tendo convocado o embaixador da Rússia em Israel a quem vão ser pedidas explicações".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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