Discursando na sessão plenária do PE que decorre em Estrasburgo, França, Mario Draghi disse que "a Itália, como país fundador da UE e que acredita profundamente na paz, está pronta a empenhar-se na primeira linha para alcançar uma solução diplomática" que ponha fim à guerra na Ucrânia.
Segundo o chefe de governo italiano, cabe à Europa tentar mediar uma solução pacífica para invasão da Ucrânia pela Rússia, não só pela sua geografia, que a coloca "ao lado desta guerra e, por consequência, na primeira linha das suas consequências", mas também pela sua história, pois o continente europeu já demonstrou no passado que é "capaz de construir uma paz estável e duradoura, mesmo depois de conflitos sanguinários".
"A nossa prioridade deve ser alcançar o quanto antes um cessar-fogo, para salvar vidas, permitir a intervenção humanitária, hoje ainda muito difícil, e dar um novo impulso às negociações, que até agora não produziram os resultados desejados", declarou.
Apesar de defender uma solução negociada para o conflito, Mario Draghi reconheceu que, "numa guerra de agressão, não pode haver qualquer equivalência entre os que invadem e os que resistem", e reiterou que, para a Europa, proteger a Ucrânia significa proteger-se a si própria, e "ao projeto de segurança e democracia" que os europeus construíram juntos "ao longo dos últimos 70 anos".
O primeiro-ministro italiano deplorou também a "violência usada pelo exército russo contra civis inocentes" e as violações de direitos humanos testemunhadas em Mariupol, Bucha e tantas outras localidades ucranianas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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