"Estamos no processo de assegurar o financiamento e muitas pessoas estão a demonstrar interesse", disse Timipre Sylva, explicando que o objetivo é usar o gasoduto já existente, que leva o gás ao Benim, Gana e Togo, e prolongá-lo até Marrocos, para daí ser canalizado para o norte de África e para a Europa.
"Os russos estiveram no meu gabinete na semana passada, estão muito interessados em investir neste projeto", acrescentou, ressalvando que não há ainda investidores selecionados.
"Há muito interesse internacional, mas ainda não identificámos os investidores com quem queremos trabalhar", disse o governante, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Há quatro anos, o rei de Marrocos, Mohammed VI, e o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, acordaram a construção de um gasoduto ao longo da costa atlântica, numa extensão de 3.000 quilómetros.
Há muitos anos que há interesse em trazer o gás nigeriano para o norte de África, e a Argélia já liderou negociações em 2002 para um projeto semelhante que atravessaria a região do Sahel, mas até agora sem sucesso.
O projeto relativo ao gás da Nigéria, o maior produtor em África e o país com as sétimas maiores reservas do mundo, torna-se mais premente devido à guerra na Ucrânia e à vontade da União Europeia em diversificar as fontes de energia, reduzindo a dependência do gás da Rússia.
Hoje mesmo, a Bloomberg noticiou que a União Europeia quer aprofundar a cooperação com países africanos, como Nigéria, Senegal e Angola, para aumentar as compras de gás natural liquefeito e assim reduzir a dependência da Rússia em dois terços este ano.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, o esboço da nova estratégia europeia, que deverá ser aprovada pela Comissão Europeia ainda este mês no âmbito do plano para reduzir e dependência energética de Moscovo, pretende aprovar o potencial ainda por explorar dos países no ocidente de África, entre os quais estão os lusófonos Angola e Guiné Equatorial, ambos produtores de gás natural liquefeito.
O bloco dos 27 países europeus quer afastar-se do maior fornecedor, a Rússia, no seguimento da invasão da Ucrânia, e preparar a região para importar 10 milhões de toneladas de hidrogénio até 2030 para ajudar a substituir o gás da Rússia, em linha com o ambicioso projeto de descartar a utilização de combustíveis fósseis e atingir a neutralidade climática até meio deste século.
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