Um erro de design está a 'decapitar' os tanques russos na Ucrânia
Ao contrário dos tanques ocidentais, os tanques russos carregam automaticamente projéteis nas suas torres.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
Desde que a guerra na Ucrânia começou, são inúmeras as fotografias que nos chegam de tanques russo destruídos e abandonados. Uma das principais razões para o elevado número de viaturas miliares nestas condições é uma falha de design na armadura. Os países ocidentais já terão feito esta alteração, mas a Rússia não.
De acordo com peritos em tecnologia militar, consultados pela CNN, o ponto fraco dos tanques russos é que transportam vários projéteis na sua torre, onde viajam a maioria dos membros da tripulação. Especificamente, até 40 cartuchos são armazenados sob a "cabeça" do veículo e são carregados automaticamente.
Isto torna-os muito vulneráveis, uma vez que qualquer pancada pode gerar um efeito dominó que pode explodir toda a reserva de munições e 'decapitar' o tanque.
"O que estamos a ver com tanques russos é uma falha de design", diz Sam Bendett, conselheiro do Programa de Estudos Russos no Centro de Análises Navais (CNA) e membro do Centro para uma Nova Segurança Americana. "Qualquer golpe bem sucedido acende rapidamente a munição, causando uma explosão maciça, e a torre voa literalmente", acrescenta.
A falha de conceção é particularmente grave porque, para além das perdas materiais, pode causar baixas à tripulação. "A tripulação do tanque, normalmente constituída por dois homens na torre e um terceiro ao volante, são alvos fáceis", diz Nicholas Drummond, um analista da indústria de armamento especializado em guerra terrestre e ex-oficial do exército britânico. "Se não saíres no primeiro segundo, estás tramado", reforça.
Erro conhecido desde a Guerra do Golfo
A falha de design que transforma os tanques russos em "caixões em movimento" - nas palavras de Drummond - chamou a atenção dos serviços secretos ocidentais durante a Guerra do Golfo, quando um grande número de tanques T-72 de fabrico russo utilizados pelo exército iraquiano foram vistos a serem explodidos ao menor toque de um míssil antitanque.
Ainda segundo a CNN, a Rússia não aprendeu com os erros. A série T-90, o sucessor da T-72, melhorou a blindagem, mas o sistema de carregamento foi o mesmo que o da sua antecessora. O T-80, o tanque russo que tem estado no centro da invasão da Ucrânia, tem a mesma tecnologia.
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