"Assam continua a luta contra o casamento infantil. Nas operações (...), lançadas entre sábado e hoje, foram efetuadas 416 detenções e registados 335 casos", declarou Himanta Biswa Sarma, na mesma mensagem.
Himanta Biswa Sarma declarou que os detidos iam ser apresentados a um tribunal hoje e garantiu que Assam ia continuar a "tomar medidas corajosas para pôr termo" ao casamento infantil.
Quase um terço das mulheres, atualmente com idades compreendidas entre os 20 e os 24 anos, em Assam, casaram antes de atingirem a maioridade, sobretudo nas zonas rurais, de acordo com os dados do recente Inquérito de Saúde Familiar 2019-2021.
Esta proporção foi ultrapassada, no mesmo período, por apenas quatro outros estados indianos e está longe da média nacional de 23,3% de casamentos de menores.
Em janeiro de 2023, o governo de Assam decidiu pôr fim a esta prática de longa data, ao tornar mais rigorosas as leis contra o casamento de homens com raparigas menores de idade, numa tentativa de reduzir as elevadas taxas de mortalidade infantil e materna.
Apesar dos esforços das autoridades indianas para reduzir o casamento infantil nos últimos anos, que viram a taxa de raparigas que casam antes dos 18 anos cair de 47% entre 2005 e 2006 para 23,3% entre 2019 e 2021, este progresso não é suficiente, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A agência da ONU sublinhou, num relatório publicado em 2023, que os países do Sul da Ásia - Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal e Paquistão - são os que registam a maior taxa de casamentos infantis do mundo.
Cerca de 290 milhões de crianças foram casadas pelos pais nos Estados desta região.
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