Escrita pela Noruega e pelo México e obtida pela agência France-Presse (AFP), a declaração não chega ao ponto de apoiar uma mediação de António Guterres como previa uma primeira versão do texto negociado desde quinta-feira.
A declaração aprovada, incluindo com o voto da Rússia, representa, no entanto, a primeira demonstração de unidade do Conselho de Segurança da ONU desde o início da invasão em 24 de fevereiro.
Logo após o início do conflito, a Rússia vetou uma resolução que a condenava pela invasão e que pedia a Moscovo que retirasse o seu exército do território ucraniano.
Muito sucinto, o texto hoje aprovado indica que o Conselho de Segurança da ONU está profundamente preocupado com o prolongamento da guerra na Ucrânia.
Os 15 membros do Conselho também lembraram na sua declaração "que todos os Estados membros assumiram, sob a Carta das Nações Unidas, a obrigação de resolver as suas disputas internacionais por meios pacíficos".
Por fim, o texto pede a António Guterres que apresente um relatório após a adoção da declaração.
Criticada desde o início do conflito, a ONU, cuja missão é garantir a paz no mundo, ainda não se impôs como possível mediadora para uma solução pacífica para a guerra.
A organização intervém na Ucrânia e nos países vizinhos através de um papel até agora principalmente humanitário.
Até ao momento, a Assembleia-Geral da ONU, composta por 193 membros e onde nenhum país tem poder de veto, adotou desde o início do conflito, de forma esmagadora, duas resoluções, ilustrando o isolamento internacional da Rússia face à guerra na Ucrânia.
Tais resoluções não são vinculativas, mas têm peso político.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Kyiv. Diplomatas acusam Rússia de "desprezar" ONU após ataque "chocante"