Conselho de Segurança dá "apoio firme" a Guterres para "solução pacífica"

O Conselho de Segurança das Nações Unidas declarou hoje, de forma unânime, um "apoio firme" ao secretário-geral, António Guterres, "na busca de uma solução pacífica" para a guerra da Rússia na Ucrânia.

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Lusa
06/05/2022 18:25 ‧ 06/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Escrita pela Noruega e pelo México e obtida pela agência France-Presse (AFP), a declaração não chega ao ponto de apoiar uma mediação de António Guterres como previa uma primeira versão do texto negociado desde quinta-feira.

A declaração aprovada, incluindo com o voto da Rússia, representa, no entanto, a primeira demonstração de unidade do Conselho de Segurança da ONU desde o início da invasão em 24 de fevereiro.

Logo após o início do conflito, a Rússia vetou uma resolução que a condenava pela invasão e que pedia a Moscovo que retirasse o seu exército do território ucraniano.

Muito sucinto, o texto hoje aprovado indica que o Conselho de Segurança da ONU está profundamente preocupado com o prolongamento da guerra na Ucrânia.

Os 15 membros do Conselho também lembraram na sua declaração "que todos os Estados membros assumiram, sob a Carta das Nações Unidas, a obrigação de resolver as suas disputas internacionais por meios pacíficos".

Por fim, o texto pede a António Guterres que apresente um relatório após a adoção da declaração.

Criticada desde o início do conflito, a ONU, cuja missão é garantir a paz no mundo, ainda não se impôs como possível mediadora para uma solução pacífica para a guerra.

A organização intervém na Ucrânia e nos países vizinhos através de um papel até agora principalmente humanitário.

Até ao momento, a Assembleia-Geral da ONU, composta por 193 membros e onde nenhum país tem poder de veto, adotou desde o início do conflito, de forma esmagadora, duas resoluções, ilustrando o isolamento internacional da Rússia face à guerra na Ucrânia.

Tais resoluções não são vinculativas, mas têm peso político.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

 

Leia Também: Kyiv. Diplomatas acusam Rússia de "desprezar" ONU após ataque "chocante"

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