Devido á crise económica no Brasil, milhares de mães em São Paulo são obrigadas a recorrer a creches e a deixar os seus bebés em cada vez mais tenra idade.
Segundo o Folha de São Paulo, o aumento do mercado de trabalho informal faz com que estas mães não tenham direito ao período legal de licença de maternidade - 120 dias.
Muitas vezes sem o apoio logístico ou financeiro dos pais das crianças, estas mães não têm outra opção senão deixar a crianças aos cuidados de outros para poderem trabalhar.
Segundo o mesmo meio, na última semana de abril, havia 3.741 bebés com menos de quatro meses matriculados nas creches da rede municipal de São Paulo. Desses, 63 têm menos de um mês de vida. 539 têm menos de dois meses.
O número de bebés até dois meses nas creches é quase duas vezes superior ao período homólogo do ano passado. É, ainda, 23 vezes superior ao número registado em 2019, antes da pandemia.
O Folha de São Paulo relata que há uma bebé de apenas 19 dias matriculada na rede municipal. A mãe, de 23 anos, trabalhou como diarista (pessoa que ganha ao dia) até aos 8 meses de gravidez e precisou voltar já para o trabalho para fazer face às dificuldades económicas. Não teve direito a licença de maternidade.
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