Num encontro com o pai de Vladimir Zhoga, um soldado russo que morreu em 5 de março em Volnovakha, na região de Donetsk, o Presidente russo declarou que "os rapazes estão a lutar bravamente, heroicamente e com profissionalismo".
"Todos os planos estão a ser implementados. O resultado será alcançado, não há dúvida a respeito disto", disse Putin após o tradicional desfile militar na Praça Vermelha por ocasião do 77º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi.
Putin fez essas declarações apesar de não ter conseguido tomar a região de Donbass (que inclui Donetsk e Lugansk), após mais de dois meses de ofensiva militar na Ucrânia.
"Se houvesse uma única oportunidade de resolver este problema [do Donbass] por outros meios pacíficos, é claro que nós a aceitaríamos, mas não nos deixaram essa opção, simplesmente não a deram", disse o chefe de Estado russo.
Mais cedo, no seu discurso pelo Dia da Vitória, Putin acusou o Ocidente e a NATO de terem preparado uma "invasão dos territórios históricos da Rússia, incluindo a Crimeia", assim, não teve escolha e foi necessário um ataque "preventivo" na Ucrânia.
O chefe do Kremlin entregou ao pai do soldado morto a estrela do Herói da Rússia.
O pai, por sua vez, também militar, assegurou que a autoproclamada República de Donetsk, reconhecida como independente por Putin dias antes de lançar sua ofensiva militar na Ucrânia, "fará todo o possível para levar o assunto até ao fim e vencer".
"Deus permita que não percamos mais nossos entes queridos e amigos, que o preço dessa vitória seja menor, mas a vitória será nossa", disse o homem, segundo a agência de notícias russa Interfax.
A Rússia não fornece dados sobre os soldados mortos na Ucrânia desde 25 de março, quando somava 1.351 óbitos de militares na chamada "operação militar especial".
Mais tarde, em 22 de abril, o país admitiu que houve um morto e 27 desaparecidos no naufrágio do cruzador de mísseis "Moskva", até então o líder da frota russa do Mar Negro.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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