"Como amigos, parceiros e aliados, vamos continuar a trabalhar em estreita colaboração com as Filipinas para promover o respeito pelos direitos humanos e uma região do Indo-Pacífico livre, aberta, conectada, próspera, segura e resiliente", disse o líder da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, citado em comunicado.
"Estamos ansiosos para trabalhar com o Presidente eleito, Marcos, para fortalecer a aliança duradoura entre os Estados Unidos e as Filipinas", acrescentou.
Também Kurt Campbell, membro do Conselho de Segurança Nacional, onde tem a pasta do Indo-Pacífico, considerou que, face ao "papel crucial" das Filipinas na região, Washington iria continuar a procurar "uma parceria estreita no campo da segurança" e "um fortalecimento das relações económicas e comerciais".
Os Estados Unidos apoiam Manila nas suas disputas marítimas com a China e contam com esse parceiro fundamental no seu crescente confronto com Pequim.
Ferdinand 'Bongbong' Marcos declarou-se hoje vencedor das eleições presidenciais que se realizaram na passada segunda-feira nas Filipinas, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados oficiais.
Numa conferência de imprensa hoje em Manila, Vic Rodríguez, o porta-voz de 'Bongbong' Marcos, disse que o candidato se declara "presidente eleito" e que Sara Duterte-Carpio, filha do anterior chefe de Estado Rodrigo Duterte, vai ser vice-presidente das Filipinas.
De acordo com os resultados provisórios, Marcos obteve 31 milhões de votos (mais de 56%), o dobro da adversária Leni Robredo, enquanto Duterte-Carpio alcançou os 31 milhões de votos.
A contagem dos votos é um processo lento nas Filipinas sendo que o resultado oficial só deve ser conhecido nas próximas semanas.
"Os filipinos falaram de forma decisiva: Ferdinand 'Bongbong' Marcos Júnior vai ser o 16.º presidente das Filipinas. Com números históricos, as pessoas usaram o voto para unir a nação. Esta é uma vitória para todos os filipinos e para a democracia", indicou Rodríguez.
[Marcos] compromete-se a ser o presidente de todos os filipinas e a procurar consensos nas [atuais] divisões políticas e a trabalhar em conjunto para unir a nação", disse o porta-voz.
"'Bongbong' tem interesse em trabalhar em todo o país, com parceiros e organizações internacionais para enfrentar os problemas críticos que a nação enfrenta e quer começar com soluções", sublinhou Rodríguez.
Um dos primeiros atos públicos de Marcos após as eleições foi a visita ao túmulo do pai, sepultado no Cemitério dos Heróis de Manila, onde depositou flores.
As imagens da visita ao cemitério estão a ser divulgadas hoje através da conta oficial de 'Bongbong' Marcos na rede social Twitter.
A visita ocorre um dia depois de Marcos ter afirmado que vai trabalhar para todos os filipinos pedindo para que não sejam julgados os atos do passado.
"Não me julguem pelos meus antepassados mas sim pelas minhas ações", disse Marcos através do porta-voz, Vic Rodríguez, num comunicado lido na noite de terça-feira.
O regime do pai, antigo ditador das Filipinas, provocou a morte de três mil pessoas em execuções extrajudicialmente e mandou torturar mais de 35 mil cidadãos.
Durante a ditadura (1965-1986), Ferdinand Marcos desfalcou o Estado em mais de 10 mil milhões de dólares.
Recentemente uma campanha de desinformação e propaganda que se prolongou durante os últimos anos tentou branquear o regime autoritário do ditador Ferdinand Marcos (1917-1989).
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