Ex-agentes do Chile acusados pelo rapto de Mauricio Redolés

Seis ex-agentes dos serviços de informação das forças armadas chilenas foram acusados na quinta-feira pelo rapto do artista Mauricio Redolés durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

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Lusa
13/05/2022 08:05 ‧ 13/05/2022 por Lusa

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O Tribunal de Recurso de Valparaíso decidiu que os antigos oficiais serão investigados por "sequestro agravado e tortura" contra Redolés, então estudante de direito e ativista do Partido Comunista, entre dezembro de 1973 e abril de 1974.

Segundo a queixa apresentada pelo poeta e músico, foi raptado na cidade costeira de Valparaíso e torturado dentro da Academia de Guerra Naval, onde permaneceu até janeiro de 1974.

Foi então transferido para o campo prisional de Isla Riesco e para vários centros de detenção e tortura, tais como o quartel Almirante Silva Palma em Valparaíso e o quartel General Mackenna em Santiago, de onde se exilou no Reino Unido em setembro de 1975.

Os antigos oficiais acusados foram Ricardo Riesco, Juan de Dios Reyes, Valentín Riquelme, Bertalino Castillo, Héctor Santibáñez e Sergio Hevia.

Todos eles devem permanecer em prisão domiciliária por serem idosos e "dada a situação sanitária do país", devido à covid-19, disse o magistrado Max Cancino, responsável pelos casos regionais de violação dos direitos humanos durante a ditadura.

Além de se dedicar à música e à poesia, Redolés participou em numerosas reuniões no estrangeiro em solidariedade com a causa democrática chilena e permaneceu no exílio em Londres até 1985.

Durante o regime de Pinochet, que durou 17 anos, 3.200 pessoas foram assassinadas e pelo menos 1.192 desapareceram.

Há anos que as organizações de direitos humanos têm vindo a pedir a aceleração da investigação dos crimes cometidos durante a ditadura militar e continuam a exigir a anulação da Lei de Amnistia que serviu para exonerar centenas de militares - algo que tem sido debatido no parlamento há anos.

Leia Também: Angola com mais de 15 mil crimes no primeiro trimestre

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