Washington oferece apoio à família da jornalista palestiniana assassinada

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, prestou "profundas condolências" à família de Shireen Abu Akleh, jornalista palestiniana assassinada na Cisjordânia, informou hoje um funcionário do Departamento de Estado.

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© reuters

Lusa
15/05/2022 11:20 ‧ 15/05/2022 por Lusa

Mundo

Shireen Abu Akleh

Num telefonema no sábado, enquanto voava para Berlim, na Alemanha, Blinken, que já se tinha manifestado "profundamente perturbado" com o comportamento de "alguns polícias israelitas" no funeral da jornalista, falou com a família de Shireen Abu Akleh, à qual expressou suas "profundas condolências".

De acordo com um funcionário do Departamento de Estado, citado pela agência noticiosa AFP, Antony Blinken expressou o apoio de diplomatas norte-americanos em Jerusalém à família da jornalista, que também possuía cidadania norte-americana.

A mesma fonte, que pediu o anonimato, apontou que o chefe da diplomacia americana falou do trabalho jornalístico de Shireen Abu Akleh e da "importância de uma imprensa livre e independente".

Na quarta-feira, a jornalista da Al Jazeera, canal de televisão pan-árabe do Qatar, foi morta com um tiro na cabeça enquanto cobria o conflito entre forças israelitas e palestinianas no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.

A repórter da Al Jazeera estava vestida com um colete e um capacete que a identificavam como jornalista.

Na sexta-feira, foi relatada uma cena de violência junto do hospital St. Joseph, quando o corpo da jornalista estava a ser retirado em caixão, levando a polícia israelita a dispersar a multidão.

Imagens transmitidas pela TV Palestina mostraram o caixão da repórter da Al Jazeera a ser empurrado, enquanto a polícia dispersava a multidão que tinha bandeiras da Palestina, protestando contra a ação das forças militares israelitas.

Horas antes desta manifestação de protesto de palestinianos em Jerusalém, o exército israelita anunciou que não é possível, para já, determinar a origem do tiro que matou a jornalista, segundo as conclusões de um inquérito preliminar ao caso.

"A conclusão do relatório preliminar é que não é possível determinar a origem do tiro que atingiu e matou a repórter", disse o exército, em comunicado, admitindo que o disparo pode ter partido de forças palestinianas ou israelitas.

No sábado, quer os Estados Unidos, quer a ONU mostraram-se "profundamente perturbados" com a situação que ocorreu junto ao hospital de Jerusalém.

"Ficámos profundamente perturbados ao ver as imagens da interferência da polícia israelita no cortejo fúnebre" da jornalista, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, citado em comunicado.

Por seu lado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu "respeito pelos direitos humanos fundamentais, incluindo as liberdades de opinião e expressão, e de reunião pacífica".

"O secretário-geral [da ONU) ficou emocionado com a manifestação de simpatia de milhares de pessoas palestinianas nos últimos dois dias, um testemunho do trabalho e da vida" desta jornalista de dupla nacionalidade palestiniana e norte-americana, disse o porta-voz Farhan Haq.

Leia Também: Israel vai abrir investigação sobre violência em funeral de jornalista

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