De Dylann Roof a Aaron Long. Os casos de violência com motivação racial
Crime que ocorreu este passado fim de semana em Buffalo, nos Estados Unidos, tem-se repetido ao longo dos anos. Confira, abaixo, alguns dos mais graves.
© Reprodução Fifty Shades of Whey/ Twitter
Mundo EUA
Na tarde de sábado, um supermercado em Buffalo foi palco de um tiroteio, do qual resultaram dez mortes. Mais três pessoas ficaram feridas durante um ataque levado a cabo por Payton Gendron, que acabou por ser detido no local pelas autoridades. Das 13 vítimas, 11 eram negras.
As motivações racistas do agressor, um jovem norte-americano de 18 anos, estarão na base do ataque, tendo este sido já condenado não só pelos líderes nacionais, como também pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas.
Recorde-se que ataques semelhantes a este acontecem todos os anos nos Estados Unidos. Joe Biden considerou este ataque como terrorismo doméstico, uma caracterização que, nos últimos anos, tem escasseado para agressores associados a organizações supremacistas brancas.
Durante a administração Trump, o presidente chegou mesmo a ser criticado por não utilizar as palavras de "atentado doméstico" cometido por "supremacistas brancos" para descrever o massacre de Charlottesville.
Na rede social Twitter, um utilizador reuniu alguns exemplos de agressores norte-americanos que foram detidos por motivações xenófobas ou religiosas.
Em 2011, Kevin William Harpham colocou a uma bomba-relógio num local onde estava previsto um desfile em homenagem a Martin Luther King, em Spokane, em Washington. "Os explosivos foram encontrados numa mochila antes de o desfile começar e foi desligada por um esquadrão. Foi condenado a 32 anos de prisão", lê-se, na publicação.
January 17, 2011
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist Kevin William Harpham placed a radio-controlled bomb along the route of the MLK Jr. march in Spokane, WA. The explosive was found in a backpack before the parade began and was defused by the bomb squad. He was sentenced to 32 years in prison. pic.twitter.com/kktGoltcS8
A mesma publicação volta até 2011, quando Wade Michael Page alvejou dez pessoas em Oak Creek, uma cidade no Wisconsin. Segundo confidenciou um amigo, o antigo militar, responsável pela morte de sete dessas dez pessoas, falou com ele acerca do ataque, referindo-se na altura a uma “iminente guerra santa racial”.
August 5, 2012
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist Wade Michael Page shot 7 people and wounded 3 others at a Sikh temple in Oak Creek, WI before shooting himself in the head. He served in the U.S. Army during the 90s. A former friend of his said he talked about an "impending racial holy war." pic.twitter.com/XG12uMW1wO
Três anos mais tarde, Frazier Glenn Miller, que criou o movimento Cavaleiros da Carolina do Ku Klux Klan, no estado da Carolina do Norte, matou três pessoas. O ex-dirigente da organização supremacista atacou um Centro de Comunidade Judaica e foi condenado à morte em 2015. "Morreu em 2021, enquanto aguardava pela execução", lê-se.
April 13, 2014
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist Frazier Glenn Miller shot and killed 3 people at a Jewish Community Center in Kansas. He was the leader of the White Patriot Party, formerly known as the Carolina Knights of the KKK. He died in prison while awaiting execution in 2021. pic.twitter.com/27aUeUtHkR
No mesmo ano, Dylann Roof matou sete afro-americanos que estavam presentes num encontro religioso, em Charleston, na Carolina do Sul. O jovem de 28 anos, admitiu que queria começar uma guerra racial. "Foi condenado à morte e continua a aguardar a execução".
June 17, 2015
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist Dylann Roof shot and killed 9 Black church members attending a Bible study in Charleston, SC. Roof confessed that he wanted to start a race war. He was sentenced to death and currently awaits his execution. pic.twitter.com/i4oaWvyDqq
Em 2017, James Harris Jackson matou Timothy Caughman enquanto este recolhia garrafas de plástico em Nova Iorque para reciclar. O homem negro morreu esfaqueado aos 66 anos. Jackson admitiu que viajou à cidade para matar negros e impedir que as mulheres brancas tivesse relacionais interraciais. "Foi condenado a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional".
March 20, 2017
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist James Harris Jackson fatally stabbed Timothy Caughman in NYC. He said he traveled there to kill Black men and prevent white women from having interracial relationships with them. He was sentenced to life without parole. pic.twitter.com/4FUEYivRil
No mesmo ano, um jovem que na altura tinha 18 anos, James Alex Fields, atropelou contra-manifestantes que estavam presentes num protesto de extrema-direita em Charlottesville, na Virgínia, tendo sido condenado a prisão perpétua sem possibilidade de condicional. “Um dos professores disse que ele idolatrava Hitler e tinha uma simpatia pelo Nazismo”, pode ler-se no mesmo fio de publicações.
August 12, 2017
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist James Alex Fields drove his truck into a crowd of people protesting a far-right rally in Charlottesville, VA. One of Fields' teachers said he idolized Hitler and had sympathy for Nazism. He was sentenced to life without parole. pic.twitter.com/lBvGHZq2gz
Em 2019, no Texas, Patrick Crusius matou 23 pessoas e deixou outras 23 feridas, num tiroteio no Walmart de El Paso, no Texas. Este foi "o ataque mais mortal entre a comunidade latina", e o homem ter-se-á inspirado na Grande Substituição, uma teoria nacionalista branca nazifascista de extrema-direita.
August 3, 2019
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist Patrick Crusius shot and killed 23 people and injured 23 others in El Paso, TX. This was the deadliest attack on Latinos in modern American history and his manifesto proves it was inspired by the far-right conspiracy the Great Replacement Theory. pic.twitter.com/VBjcxieDk6
O ataque mais recente que a publicação dá conta é o de Robert Aaron Long, que matou oito pessoas, seis das quais asiáticas, em Atlanta, na Geórgia. “Long era um utente numa clínica evangélica de tratamentos por ser ‘viciado em sexo’. Foi condenado a prisão perpétua sem condicional”, lê-se.
March 16, 2021
— Fifty Shades of Whey (@davenewworld_2) May 15, 2022
White supremacist Robert Aaron Long shot and killed 8 people at spas in Atlanta, GA, and 6 of his victims were Asian women. Long was a patient at an evangelical treatment clinic for "sex addiction." He was sentenced to life without parole. pic.twitter.com/DLOX3XjKgG
Os tiroteios e mortes em locais públicos são quase diários nos Estados Unidos e o crime com armas de fogo está a aumentar em grandes cidades como Nova Iorque, Chicago, Miami e São Francisco, especialmente desde a pandemia de 2020.
No domingo outro tiroteio numa igreja nos arredores de Los Angeles, no estado da Califórnia, provocou pelo menos uma morte, ficando outras cindo pessoas feridas. O atirador foi preso.
Também no domingo, em Houston, no Texas, duas pessoas morreram e três ficaram feridas num tiroteio ocorrido numa feira ao ar livre.
O tiroteio envolveu cinco pessoas que as autoridades suspeitam que se conheciam. Ninguém fora do grupo foi atingido.
Em Milwaukee, no estado de Wisconsin, a polícia estava, também no domingo, a investigar três tiroteios noturnos separados que provocaram três mortes.
A noite de violência do fim de semana em Milwaukee saldou-se em 21 pessoas baleadas.
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