O presidente da Rússia, Vladimir Putin, avisou esta segunda-feira o Ocidente de que a Rússia responderá caso a NATO comece a reforçar as infraestruturas militares da Suécia e da Finlândia, as quais deram já a conhecer as suas intenções de aderirem à Aliança Atlântica.
Como noticia a Reuters, em declarações proferidas perante os líderes de uma aliança militar de antigos Estados soviéticos, o chefe de Estado da Rússia referiu que o alargamento da NATO estava a ser utilizado pelos Estados Unidos da América de uma forma "agressiva", para agravar uma situação de segurança global já interpretada como "difícil".
De acordo com Putin, a Rússia não tinha qualquer problema com estes dois países nórdicos, pelo que não haverá qualquer ameaça direta, derivada do alargamento da NATO, que venha a afetar esses países.
"Mas a expansão das infraestruturas militares neste território provocaria certamente a nossa resposta", garantiu o presidente russo, perante os dirigentes da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que inclui a Bielorrússia, Arménia, Cazaquistão, Quirguizistão e Tajiquistão.
"Qual será [essa resposta]? Veremos que ameaças surgem para nós", apontou ainda, em declarações proferidas no Palácio do Grande Kremlin. "Os problemas estão a ser criados sem qualquer razão. Iremos reagir em conformidade", asseverou.
Até agora, a Rússia deu poucas pistas específicas acerca do que irá fazer em resposta ao alargamento nórdico da NATO, que surgiu como uma das principais consequências da invasão russa sobre a Ucrânia.
No mês passado, no entanto, um dos aliados mais próximos de Putin, o antigo presidente Dmitry Medvedev, tinha alertado que a Rússia poderia destacar armas nucleares e mísseis hipersónicos no exclave russo de Kaliningrado caso a Finlândia e a Suécia aderissem à NATO.
Recorde-se ainda que o presidente russo tem vindo a citar repetidamente o alargamento da Aliança Atlântica para leste, em direção às fronteiras da Rússia, como justificativa para a guerra na Ucrânia.
A ofensiva militar russa na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. Também segundo a mesma fonte, mais de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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