O primeiro-ministro francês, Jean Castex, demitiu-se esta segunda-feira do governo do país e abre o caminho a uma remodelação governamental, depois do presidente Emmanuel Macron ter dito que o governo devia ser mais concentrado e ter menos ministros.
Castex demite-se cerca de um mês antes das eleições legislativas, nas quais o partido de Macron, o La République En Marche!, tentará repetir o bom resultado das presidenciais e impedir o crescimento da extrema-direita, liderada por Marine Le Pen e o Rassemblement National, e da esquerda, finalmente concordante e unida em torno de Jean-Luc Mélenchon.
No rescaldo das presidenciais, que venceu com cerca de 58,5% dos votos (contra os 41,5% de Le Pen), Macron sugeriu uma mudança no governo de França, incluindo no cargo de primeiro-ministro. Esta surge 22 dias depois de abordar essa mudança.
No Twitter, Emmanuel Macron agradeceu o trabalho de Jean Castex. "Durante quase dois anos, trabalhou com paixão e compromisso ao serviço da França. Orgulhamo-nos do trabalho realizado e dos resultados alcançados juntos", escreveu o chefe de Estado.
Merci à @JeanCastex, à son gouvernement et à toute son équipe. Durant près de deux ans, il a agi avec passion et engagement au service de la France. Soyons fiers du travail accompli et des résultats obtenus ensemble. pic.twitter.com/AmJ2WkCety
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) May 16, 2022
Segundo a agência Reuters, o perfil preferido do presidente francês reeleito seria uma mulher (a primeira a governar o país depois do breve mandato de Edith Cresson, nos anos 90), com um currículo onde estejam presentes políticas ecológicas e sociais, e partilhando preferencialmente o mesmo ânimo pela União Europeia que Macron.
A TF1 avançou que a atual ministra do Trabalho, Elisabeth Borne, a favorita para suceder a Jean Castex, chegou ao palácio do Eliseu, poucos minutos depois de o primeiro-ministro anunciar a demissão. Borne também chegou a passar pela pasta do Ambiente, em 2019.
Do lado da oposição, já começaram a surgir reações à mudança no governo. Jean-Luc Mélenchon ironizou no Twitter, falando de uma "grande tensão" antes da nomeação do "seu antecessor". "Ninguém quer o trabalho. Será uma missão temporária", avisou o candidato às legislativas e líder da esquerda.
Grande tension avant la nomination de mon prédécesseur. Sera-t-elle de droite ou bien de droite ? Personne ne veut le job. C'est un CDD de mission d'intérim. #PremierMinistre
— Jean-Luc Mélenchon (@JLMelenchon) May 16, 2022
Jean Castex foi primeiro ministro durante praticamente dois anos, tendo sido nomeado por Macron em julho de 2020.
As legislativas francesas, que irão eleger a nova Assembleia Nacional, estão marcadas para os dias 12 e 19 de junho.
[Notícia atualizada às 16h36]
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