EUA vão restabelecer voos comerciais e charter para Cuba

O presidente norte-americano anunciou na segunda-feira que vai restabelecer os voos comerciais para Cuba e suspender o limite de 1.000 dólares por trimestre para as remessas, revertendo algumas das medidas mais duras do seu antecessor Donald Trump.

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Lusa
17/05/2022 06:25 ‧ 17/05/2022 por Lusa

Mundo

Joe Biden

Joe Biden também vai restabelecer um programa de reunificação familiar que estava suspenso há anos, segundo um comunicado do Departamento de Estado, citado pela agência de notícias espanhola Efe.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-americano, Ned Price, afirma em comunicado que as medidas visam mostrar apoio ao povo cubano e dar-lhes ferramentas para alcançar uma "vida livre" fora da "opressão" do governo do seu país e ajudá-los a procurar melhores oportunidades económicas.

Ned Price reiterou o seu apelo ao Governo cubano para que liberte "imediatamente" os "presos políticos" e respeite os direitos fundamentais do seu povo.

Especificamente, os EUA anunciaram na segunda-feira que vão restaurar os voos comerciais e charter para Cuba, que só chegam agora a Havana, e permitir alguns tipos de viagens que Donald Trump restringiu, como as de fins educativos ou relacionadas com negócios.

Também serão permitidas viagens de grupos norte-americanos destinados a estabelecer contactos com o povo cubano, mas as visitas deste tipo individuais continuarão a ser proibidas.

Até agora, as companhias aéreas americanas só podiam voar para Havana, deixando os cubanos-americanos com poucas opções para visitar parentes noutras partes da ilha.

A administração de Donald Trump proibiu em 2019 voos comerciais dos EUA para todas as cidades de Cuba, com exceção de Havana e, em agosto de 2020, foi mais longe ao suspender voos charter privados para todos os aeroportos da ilha, incluindo o da capital. Estes voos charter foram usados por muitos cubanos-americanos para viajar para a ilha a partir de Miami, na Florida, EUA.

O Departamento de Estado norte-americano anunciou na segunda-feira que vai aumentar o seu apoio aos empresários cubanos com autorizações para poderem aceder a plataformas de comércio eletrónico, entre outras ações. A mudança de política surge depois de uma revisão interna da administração Biden que demorou meses.

Durante a sua campanha para a eleição de 2020, Biden prometeu voltar ao degelo com Cuba iniciado por Barack Obama (2009-2017) e reverter muitas das sanções impostas por Trump, refere a Efe.

No entanto, o debate no seio da administração Biden parecia ter chegado a um impasse na sequência das manifestações antigovernamentais sem precedentes de 11 de julho em Cuba, que levaram à imposição de sanções pelos EUA em punição pela prisão de alguns dos seus líderes e participantes.

Depois desses atritos, representantes dos Estados Unidos e de Cuba reuniram-se em abril em Washington para discutir questões migratórias, no primeiro diálogo de alto nível entre os dois países desde a chegada de Biden à Casa Branca.

Leia Também: EUA elogiam "liderança" da Grécia desde o início da invasão russa

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