"A Moldova tem o seu lugar na União Europeia", declarou Maia Sandu, na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, depois de o país ter apresentado em março um pedido oficial de adesão, no contexto da guerra russa na Ucrânia.
"Temos consciência de que devem ser tomadas decisões políticas ao nível da UE. Sabemos também que não são decisões fáceis. Mas atribuir o estatuto de candidato à Moldova é a decisão certa. Nós pertencemos à União Europeia", sublinhou.
Na sua intervenção no hemiciclo europeu, a chefe de Estado moldova recordou a forma como a invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro, faz eco do passado conturbado da Europa, marcado por "desenfreadas conquistas de terras, conquistas geopolíticas e de esferas de influência".
Ao mesmo tempo, sublinhou a forma como a Moldova e os seus cidadãos responderam "ao choque, ao sofrimento e à incredulidade da guerra com bondade, generosidade e compaixão", acolhendo um grande número de refugiados ucranianos e fornecendo ajuda humanitária à Ucrânia.
De acordo com os mais recentes dados divulgados pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), dos mais de 6,3 milhões de ucranianos que fugiram do país desde o início da ofensiva, que entrou hoje no 84.º dia, a Moldova acolheu mais de 465.000, sendo o quinto país vizinho da Ucrânia que mais pessoas recebeu, a seguir à Polónia, Roménia, Rússia e Hungria.
Sobre a agressão russa, Maia Sandu frisou que o seu país condenou de imediato a guerra contra a Ucrânia.
"Nós apoiamos a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, como sempre fizemos. A Crimeia é na Ucrânia. O Donbass é na Ucrânia. Kiev é na Ucrânia. E sempre serão", concluiu.
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