"Ninguém virá até nós para nos impor armas nucleares ou bases permanentes, se não as quisermos. Por isso, acho que a questão não se coloca. Não me parece que haja interesse em colocar armas nucleares ou abrir bases militares na Finlândia", disse a chefe de Governo finlandesa, numa entrevista hoje publicada pelo jornal italiano Corriere della Será.
Sobre a oposição de Ancara à entrada na NATO da Finlândia e da Suécia, Marin reafirmou que, "nesta fase, é importante manter a calma, conversar com a Turquia e com todos os outros países membros, responder a quaisquer dúvidas que possam existir e corrigir quaisquer mal-entendidos".
No que respeita à reação de Moscovo ao pedido de adesão à NATO dos dois países escandinavos, Marin garantiu que o Presidente finlandês, Sauli Vainamo Niinisto, conversou telefonicamente com o Presidente russo, Vladimir Putin, tendo obtido deste uma "reação surpreendentemente calma".
"Esperamos que não haja ataques do lado russo. Mas, se houver, estamos bem preparados para lidar com qualquer situação, incluindo com ataques cibernéticos ou híbridos", acrescentou Marin.
A primeira-ministra finlandesa espera que, apesar da possível entrada na Aliança, o seu país continue a ser um intermediário e mediador de conflitos.
"Na verdade, a decisão de solicitar a adesão à NATO é um ato de paz, para tentar garantir que nunca haverá uma guerra em solo finlandês".
"Infelizmente, nem todos os países pensam assim. A Rússia não pensa assim. Atacou a Ucrânia, matando civis, crianças, mães, idosos. Agindo de forma inaceitável", lamentou a chefe de Governo finlandês.
Marin explicou que, exatamente por causa da ameaça que constitui a Rússia -- com quem a Finlândia partilha uma longa fronteira -- o seu Governo já gasta mais de 2% do PIB em Defesa (como exigem os acordos com a NATO) e há décadas que investe muito em segurança.
Os embaixadores da Finlândia e da Suécia junto da NATO entregaram na quarta-feira de manhã os pedidos de adesão dos dois países à organização, no que o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, classificou como um momento "histórico".
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