Esta é a conclusão de um estudo realizado por uma equipa da Escola de Economia de Kyiv (KSE) no âmbito do projeto "A Rússia Vai Pagar" com o apoio do Gabinete do Presidente da Ucrânia e dos ministérios da Economia, Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados e Infraestruturas.
"Na última semana, as perdas diretas para a economia da Ucrânia devido à destruição e danos nas infraestruturas civis e militares aumentaram em 2,94 mil milhões de dólares. Em 19 de maio, a soma total de perdas diretas documentadas nas infraestruturas situa-se em quase 97,4 mil milhões de dólares", pode ler-se no documento.
O relatório, divulgado pela agência de notícias Unian, acrescenta que segundo as estimativas do Ministério da Economia e da KSE, as perdas totais da economia ucraniana por causa da guerra -- tanto de forma direta, calculadas neste projeto, como de forma indireta -- oscilam entre os 536 mil milhões de euros e os 570 milhões de euros.
Entre as perdas indiretas estão a descida do Produto Interno Bruno (PIB), a cessação de investimentos, o êxodo de mão-de-obra e despesas adicionais na defesa e ajuda social.
O documento afirma que foram destruídos ou danificados na guerra 38,6 milhões de metros quadrados de habitações, avaliados em 32,2 mil milhões de euros.
As perdas totais devido à destruição e danos em empresas também aumentaram em 197 milhões de euros na última semana.
Desde o início da guerra, pelo menos 216 centrais, fábricas e empresas sofreram danos no valor de 10 mil milhões de euros.
Além disso, 75 instalações de ensino foram danificadas ou destruídas na última semana, aumentando o total para 1.067, no valor de 1,42 mil milhões de euros.
O relatório acrescenta que desde o início da guerra, pelo menos 12 aeroportos civis, 295 pontes e viadutos, 591 jardins-de-infância, 574 estabelecimentos de saúde, 108 edifícios religiosos, 179 edifícios culturais, 169 armazéns e 19 centros comerciais foram danificados, destruídos ou apreendidos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, das quais mais de 6,3 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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