Moscovo intensificou ataques no Donbass com "bombardeamentos brutais"

As forças russas estão a intensificar os ataques contra a região do Donbass, com "bombardeamentos brutais e completamente sem sentido" na cidade de Severodonetsk, realçou esta quinta-feira o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

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Lusa
20/05/2022 07:14 ‧ 20/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

o inferno lá. Não é um exagero", salientou o chefe de Estado ucraniano no seu discurso noturno em vídeo dirigido à nação.

Zelensky referiu que a cidade de Severodonetsk está a ser alvo de um "bombardeamento brutal e completamente sem sentido" que causaram "em apenas um dia" 12 mortos e dezenas de feridos.

Severodonetsk, uma das poucas grandes cidades desta região ainda sob controlo ucraniano, bem como a cidade mais próxima, Lyssytchank, localizam-se cerca de 80 quilómetros a leste de Kramatorsk, o centro administrativo do Donbass ucraniano desde que os separatistas tomaram a parte oriental desta região em 2014.

O Presidente ucraniano realçou também que os ataques russos na região de Chernihiv incluíram um "ataque terrível" contra a vila de Desna (75 quilómetros a norte de Kiev). 

Volodymyr Zelensky reportou a existência de muitos mortos e acrescentou que as equipas de resgate ainda estão a realizar buscas pelos escombros.

"Os bombardeamentos repetidos contra as nossas cidades e os ataques aéreos e com mísseis das forças russas não são simplesmente operações militares em tempos de guerra... É uma tentativa consciente e criminosa de matar o maior número possível de ucranianos", alertou Zelensky.

"[Os ataques são] Para destruir mais casas, locais públicos e empresas. Isto é o que será qualificado como genocídio do povo ucraniano e pelo qual os ocupantes serão definitivamente levados perante a justiça", concluiu.

A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 85.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 3.811 civis morreram e 4.278 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

Leia Também: Costa visita em Varsóvia centro de refugiados após reunir-se com homólogo

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