"O nosso país está paralisado, não pelo medo, mas pelo lóbi das armas"

Mais um tiroteio numa escola norte-americana, desta vez no Texas, fez 22 mortos, incluindo 19 crianças e o atirador.

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Hélio Carvalho
25/05/2022 08:16 ‧ 25/05/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Tiroteio no Texas

O tiroteio numa escola primária no Texas, pouco tempo depois do massacre num supermercado em Buffalo, reanimou o debate em torno da compra, uso e posse de armas automáticas e semiautomáticas nos Estados Unidos - um assunto que gera muita discórdia entre democratas e republicanos.

Líderes democratas voltaram a pedir mais leis que restrinjam a posse de armas, através de verificação de cadastros, registos criminais e diagnósticos de doença mental.

O antigo presidente democrata Barack Obama, que liderou o país durante o infame massacre na escola primária de Sandy Hook, descreveu no Twitter que os pais por todo os Estados Unidos "estão a deitar as crianças nas camas, lendo histórias, cantando baladas - e no fundo, estão preocupados com o que possa acontecer amanhã depois de deixarem os seus filhos na escolha, ou depois de os levarem ao supermercado ou a qualquer outro espaço público".

Obama recordou Sandy Hook - o massacre escolar mais sangrento da história dos Estados Unidos, no qual morreram 26 pessoas, incluindo 20 crianças entre os seis e os sete anos de idade -, argumentando que o país "está paralisado, não pelo medo, mas por um lóbi das armas e um partido político [Republicano] que mostrou não ter vontade em agir numa forma que permita prevenir estas tragédias".

Outra democrata de destaque, a jovem congressista Alexandria Ocasio-Cortez (AOC), uma das vozes proeminentes da esquerda norte-americana, atirou farpas para os dois lados da bancada. Num primeiro tweet, AOC considerou ser um paradoxo a autodenominação de 'pró-vida', usada pelos conservadores que se descrevem como antiaborto.

A democrata de Nova Iorque criticou os líderes republicanos que, dentro de três dias, vão estar num comício anual do maior lóbi de armas dos EUA (como Ted Cruz, Greg Abbott e o antigo presidente Donald Trump); mas também culpou o próprio partido, por apoiar um candidato ao Congresso que defende a posse de armas automáticas.

"No dia de um tiroteio em massa e semanas depois da notícia sobre 'Roe', a liderança democrata patrocinou um incumbente pró-Associação Nacional de Armas e anti-escolha sob investigação, numa eleição primária renhida. A responsabilidade não é partidária. É um falhanço total da liderança", argumentou.

Enquanto que o presidente Joe Biden fez um discurso emocionante para as televisões, a vice-presidente, Kamala Harris, reagiu numa série de mensagens, condenando o ataque e, tal como a restante liderança, pedindo mais ação.

"Já chega. Como nação, temos de ter a coração para agir e prevenir que isto volte a acontecer. Já passou tempo que chegue para que o nosso país enfrente o lóbi das armas e aprove leis de segurança de armas razoáveis", escreveu Harris.

O massacre em Uvalde, no Texas, fez pelo menos 22 mortos, incluindo 19 crianças, dois professores e o atirador, um jovem de 18 anos chamado Salvador Rolando Ramos, que foi abatido pela polícia. Segundo as autoridades estatais, o jovem comprou duas armas semiautomáticas no seu 18.º aniversário e disparou sobre a avó, que se encontra em estado crítico, antes de se dirigir à escola.

Leia Também: O que se sabe até agora sobre (mais um) tiroteio numa escola no Texas?

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