"Se disser às pessoas que temos 102 deputados, logo de início até apanham um choque, mas é a nossa realidade. Infelizmente, gostamos de arranjar tachos, não olhamos para a realidade do país, mas com o tempo vamos corrigir tudo isso", observou o chefe de Estado guineense.
Sissoco Embaló falava no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau, momentos antes de viajar para a Guiné Equatorial, onde vai participar numa cimeira extraordinária da União Africana (UA).
A cimeira vai analisar os mecanismos de os Estados africanos constituírem um fundo para financiar ações de combate ao terrorismo e de luta contra as alterações de regimes constitucionais por vias não democráticas, adiantou o líder guineense.
"Eu mesmo fui vítima dessa situação", observou Sissoco Embaló, referindo-se à tentativa de golpe de Estado de que foi alvo em 01 de fevereiro.
Questionado sobre o processo da formação do futuro Governo de iniciativa presidencial, Embaló disse que já fez o convite para que o executivo integre todos os partidos com assento no parlamento.
O chefe de Estado dissolveu o parlamento a semana passada, manteve no cargo o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e o vice-primeiro-ministro, Soares Sambu, e convocou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro.
O Presidente guineense esclareceu que não poderia convidar todos os partidos do país.
"A Guiné-Bissau é o país do mundo com maior número de partidos políticos 'per capita'", observou Umaro Sissoco Embaló, que quer transparência nas próximas eleições legislativas antecipadas, salientando que a presença dos partidos representados no parlamento poderá dar essa garantia.
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