O pai de Amerie Jo Garza, uma das vítimas do tiroteio na escola primária de Uvalde, no estado norte-americano do Texas, partilhou a forma devastadora como descobriu que a filha estava entre as vítimas mortais.
Angel Garza contou a Anderson Cooper, da CNN, na quarta-feira, que estava a responder ao tiroteio como paramédico, quando começou a ajudar uma menina "coberta de sangue da cabeça aos pés".
“Achei que estava ferida, perguntei se estava bem e ela disse que sim”, disse Garza a Cooper. “Mas estava histérica, a dizer que tinham baleado a melhor amiga, que tinham matado a melhor amiga, que não estava a respirar e que tinha tentado chamar a polícia", continuou.
O homem recordou que perguntou à menina o nome da amiga. "Ela disse-me... disse Amerie", referiu, antes de desabar em lágrimas.
"Ela era tão doce, Sr. Cooper", disse Garza, aflito, após uma pausa emocional na qual abraçou uma foto emoldurada da pequena Amerie Jo. “Era a menina mais doce e não fez nada de errado. Ouvia a mãe e o pai, escovava sempre os dentes, era criativa, fazia o que pedíamos, nunca teve problemas na escola”, acrescentou por entre soluços.
“Só quero saber o que é que ela fez para ser uma vítima”, reforçou, desesperado.
Amerie Jo Garza, de 10 anos, era aluna do 4.º ano, e passou a manhã do massacre a celebrar por ter sido nomeada para o quadro de honra. Segundo a avó, a menina terá marcado o número de emergência mas, antes de conseguir fazer a chamada, foi morta. "Morreu como uma heroína a tentar arranjar ajuda para ela e para os colegas da turma", contou Berlinda.
Deste ataque resultou a morte de 19 crianças e duas professoras. Este foi o pior tiroteio escolar da história dos Estados Unidos da América desde o massacre de Sandy Hook em 2012, que vitimou mortalmente 26 crianças.
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