Quase 53 anos depois de ter participado nos homicídios sangrentos de 1969 em Los Angeles, que culminaram na morte da atriz Sharon Tate e seis outras pessoas no espaço de dois dias, Patricia Krenwinkel vai finalmente poder sair em liberdade condicional, segundo confirmaram na quinta-feira as autoridades judiciais da Califórnia.
Krenwinkel (mais à direita na fotografia) foi uma das seguidoras do culto do infame assassino Charles Manson, e um dos quatro membros do culto que, na noite do dia 8 de agosto de 1969, foram à casa de Sharon Tate e do realizador Roman Polansky, matando cinco pessoas (Tate estava também grávida, de oito meses e meio).
Dois dias depois, os seguidores voltaram a matar, desta vez o casal LaBianca, sendo que os investigadores acreditam que este último incidente foi uma tentativa de despertar uma guerra racial.
Segundo a ABC News, o painel da Califórnia que avalia os pedidos de liberdade condicional recomendou que Krenwinkel fosse liberta, depois dos seus pedidos terem sido negados 14 vezes.
No entanto, a liberdade condicional ainda não está garantida, e o pedido de Patricia Krenwinkel - que, na altura dos homicídios, tinha 22 anos - ainda será avaliado pelo governador Gavin Newsom, nos próximos cinco meses (Newsom rejeitou várias liberdades condicionais a outros membros do grupo).
O culto de Charles Manson, um culto rodeado de mistério que chegou a ter mais de 100 membros, é ainda hoje uma das histórias mais contadas dos anos 60 na Califórnia, sendo o foco de várias obras de ficção (como, por exemplo, o filme de Quentin Tarantino, 'Era Uma Vez Em... Hollywood', de 2019). Os homicídios, especialmente o de Sharon Tate, chocaram os Estados Unidos, e Manson esteve preso num prisão para pessoas com problemas psiquiátricos até à sua morte, em 2017.
Krenwinkel era uma das maiores seguidoras da 'Família' de Manson (o nome que o assassino dava ao seu culto), conhecendo-o em 1967. Durante os julgamentos, a jovem confessou os homicídios violentos e admitiu gostar da sensação de justiça que estes lhe trouxeram.
Além de ser conhecida como uma das últimas 'familiares' de Charles Manson, Patricia Krenwinkel é também a mulher presa há mais tempo no estado da Califórnia. Em 1971, foi condenada à morte, mas depois da pena de morte ter sido revogada no estado em 1972, a sua sentença passou para prisão perpétua. Durante o seu tempo na prisão, a seguidora distanciou-se dos restantes membros do culto e chegou mesmo a tirar uma licenciatura.
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