Serviços secretos de Kyiv alertam que conflito será até ao final do ano

Os serviços de informações ucranianos admitiram hoje que a guerra poderá prolongar-se até pelo menos ao final de 2022, uma vez que, segundo argumentam, o Presidente russo não está disposto a desistir dos seus planos de conquista.

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© Metin Aktas/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
27/05/2022 12:50 ‧ 27/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"[Vladimir] Putin não vai desistir dos seus planos, esta guerra vai arrastar-se", disse Vadym Skibitsky, funcionário dos serviços secretos militares ucranianos em declarações à comunicação social, citadas pelas agências internacionais.

Vadym Skibitsky argumentou que Putin não está a ouvir ninguém que tente convencê-lo a acabar com o conflito.

"Não confia em ninguém, não ouve ninguém. Tem os seus próprios planos para a restauração do império russo", assegurou o operacional ucraniano.

"O seu plano é governar a Rússia até à sua morte, exclui um cenário que prevê um sucessor", acrescentou.

Os planos imediatos de Moscovo, segundo Vadym Skibitsky, passam por cercar as forças ucranianas e alcançar as fronteiras dos territórios ocupados.

Analistas ocidentais têm vindo a alertar que a Rússia estará a preparar-se para uma guerra prolongada, indicando que Moscovo estará a apostar numa chamada "guerra de desgaste".

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito superior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia. ACNUR pede quase 700 milhões para refugiados

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