Nos últimos dias, Erdogan tem dito que tenciona fazer uma incursão na Síria, para atacar militantes curdos e criar uma zona-tampão com 30 quilómetros.
Durante uma chamada telefónica, Erdogan disse a Putin que a zona fronteiriça tinha sido negociada em 2019, mas nunca concretizada, segundo a presidência turca.
Os militares de Ancara fizeram um ataque a unidades das Unidades de Proteção do Povo curdas, designada pela sigla YPG, em outubro de 2019.
A Federação Russa, o regime sírio e os EUA também têm tropas na região de fronteira.
A Turquia considera o YPG um grupo terrorista ligado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que interditou, o qual tem proclamado a defesa de um Curdistão autónomo.
Contudo, o YPG é a espinha dorsal das forças lideradas pelos EUA na luta contra o designado Estado Islâmico na Síria. Os EUA têm visto com desagrado as incursões turcas na Síria contra o YPG.
Erdogan disse também a Putin que a Turquia estava pronta para voltar a ter um papel nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia, incluindo a participação em um eventual "mecanismo de observação", com Ucrânia, Federação Russa e a ONU, ainda segundo o texto da presidência turca.
As negociações realizadas na capital turca, em março, não permitiram qualquer avanço no sentido da resolução da invasão russa, mas Ancara, que tem laços estreitos com Moscovo e Kiev, tem-se apresentado como possível mediador.
Em Washington, foi divulgado que o assessor do presidente Joe Biden para a Segurança Nacional, Jake Sullivan, falou com Ibrahim Kalin, o principal conselheiro de Erdogan, para discutir o apoio os dois países à Ucrânia, mas também expressar preocupação com as ações turcas na Síria.
Sullivan "reiterou a importância de impedir qualquer escalada na Síria para preservar as atuais linhas de cessar-fogo evitar mais desestabilização", disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
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