Sindicato acusa Haftar de sabotagem em campos de petróleo na Líbia
Um sindicato do setor petrolífero na Líbia acusou hoje grupos armados sob o comando do marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste do país e rival de Trípoli, de realizarem atos de "sabotagem sistemática" em vários campos de petróleo.
© Getty Images
Mundo Líbia
A produção de petróleo na Líbia foi reduzida em mais de metade desde meados de abril, devido ao bloqueio de poços causados por protestos contra o governo de "união nacional" de Abdelhamid Dbeibah, sediado em Tripoli, rival do executivo de Fathi Bashaga, ex-ministro do Interior e também designado chefe de governo em 10 de fevereiro passado pela Câmara de Representantes, o Parlamento fixado no leste do país.
A Líbia General Electricity Company anunciou hoje a suspensão do fornecimento de gás desde o campo de Istiklal, destinado a operar centrais de produção de energia na região leste do país.
O chefe do sindicato do setor petrolífero, Salem al Rumaih, explicou que o grupo armado "vende tubos e equipamentos como sucata fora do país e que os locais e campos danificados são os campos de Zueitina, Zillah, Brega, Sarir e Masala".
As linhas de transmissão também são alvo de ataques por estes grupos, acrescentou.
Khalifa Haftar controla o Parlamento, com sede na cidade oriental de Tobruk, que em fevereiro nomeou Bashaga como o novo primeiro-ministro, e em março instalou um novo executivo, mas que até agora não é reconhecido internacionalmente.
O presidente do parlamento Aguila Saleh, um dos principais opositores ao governo de Dbeibah, convocou os líderes líbios para uma reunião em Sirte, sede do executivo Bashaga, para avançar com um Orçamento de Estado.
Bashaga tentou, sem sucesso, assumir o controlo do país entrando em Trípoli, onde fica a sede do governo de "união nacional", reconhecido internacionalmente desde fevereiro de 2021, situação que gerou confrontos entre grupos armados na capital.
A Líbia está a lutar para emergir de mais de uma década de caos político e conflito armado, após a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011, na sequência da 'Primavera Árabe', marcada por divisões entre instituições 'paralelas' no leste e no oeste do país.
A produção de petróleo, a principal fonte de receitas do país, está de novo refém das divisões políticas, com uma vaga de encerramentos forçados de explorações petrolíferas.
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