Do montante total pedido, 75 milhões de euros serão canalizados para a Ucrânia e 63 milhões servirão para ajudar países que acolhem e recebem refugiados daquele país, como a Polónia, a República Checa, a Moldova e a Roménia, explicou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.
Segundo o responsável, o sistema de saúde da Ucrânia está sob forte pressão, com instalações destruídas e outras a trabalhar no limite, enquanto a necessidade de dar atenção a traumas psicológicos aumenta.
"A OMS está a fazer todos os possíveis para apoiar o Ministério da Saúde ucraniano e enviar bens essenciais, mas o verdadeiro remédio que a Ucrânia precisa é paz. Exigimos que a Rússia acabe com esta guerra", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A organização do sistema das Nações Unidas, com sede em Genebra, lembrou que nos 100 dias que passaram desde o início da invasão russa, em fevereiro, foram confirmados 269 ataques a instalações de saúde, nos quais pelo menos 76 pessoas morreram e outras 59 ficaram feridas.
"Esses ataques são injustificados e devem ser investigados. Nenhum profissional de saúde deve ser forçado a trabalhar no fio da navalha, mas é isso que está a acontecer com médicos, enfermeiros e condutores de ambulâncias na Ucrânia", acrescentou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU refere também que mais de 4.100 civis morreram e quase 5.000 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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