Lukashenko disponibiliza o seu país para exportação de cereais ucranianos

O Presidente da Bielorrússia disponibilizou hoje o seu país como rota de exportação de cereais ucranianos, em troca de concessões como a abertura de portos do Báltico para os seus produtos, durante uma conversa com o secretário-geral da ONU.

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Lusa
03/06/2022 16:39 ‧ 03/06/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"A melhor rota é a Bielorrússia", disse o chefe de Estado bielorrusso, Alexander Lukashenko, à agência de notícias estatal BELTA.

Numa conversa telefónica com o secretário-geral da ONU, o Presidente bielorrusso afirmou a António Guterres que as ferrovias do país poderiam transportar cereais ucranianos para os portos do Mar Báltico, desde que estejam também abertos para as exportações bielorrussas.

No quadro das sanções ocidentais à Bielorrússia, os países bálticos encerraram os seus portos às mercadorias bielorrussas, nomeadamente fertilizantes potássicos, um dos principais produtos de exportação daquela antiga República soviética.

De acordo com a BELTA, Guterres pediu a Lukashenko "uma pausa de alguns dias" para realizar consultas aos líderes dos países bálticos sobre a proposta da Bielorrússia.

Em declarações a um grupo de jornalistas, Lukashenko disse que, com o Presidente russo Vladimir Putin, ambos identificaram cinco maneiras, que não especificou, para a exportação dos cereais ucranianos.

"Por favor, não queremos que em África se passe fome. Não haverá comida suficiente nem em África, nem na Europa", disse Lukashenko.

Depois de afirmar que a Bielorrússia não se opõe à exportação de cereais pela Ucrânia através do seu território, Lukashenko sublinhou que "é preciso chegar a compromissos".

"Abra os portos e vamos carregar (os navios). Os portos estão parados, as pessoas foram colocadas na rua. Tolos. Estamos a enfrentar a fome há muito tempo. Mil milhões [de pessoas] estão com fome e amanhã mil milhões estarão à beira da morte", alertou.

Habitualmente crítico dos países ocidentais e aliado fiel de Vladimir Putin, Lukashenko acusou "os países ricos, principalmente os Estados Unidos" de serem responsáveis pela crise alimentar.

O Presidente bielorrusso foi mais longe e acusou os países ocidentais de estarem na origem da desigualdade que afeta África, por alegada pilhagem dos países africanos.

"É por isso que os europeus, os norte-americanos, os chineses e os russos devem abrir os bolsos, mas não para comprar armas, mas para investir nesses países, para criar uma situação normal lá. Em África tudo pode crescer", disse.

Os Estados Unidos, alegou o líder bielorrusso sem fundamentar, planeiam levar 20 milhões de toneladas de cereais da Ucrânia em troca de armas.

"Aos ucranianos será retirado cada pedaço de pão", enfatizou Lukashenko, que se converteu no principal apoiante da invasão da Ucrânia pelas forças russas, que completa hoje 100 dias.

Leia Também: Ucrânia. Putin quer expor a África situação dos cereais bloqueados

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