"A Rússia rouba descaradamente cereais da Ucrânia e exporta-os a partir da Crimeia para o estrangeiro, nomeadamente para a Turquia", acusou Vasyl Bodnar numa mensagem no Twitter.
"Pedimos ajuda à Turquia para resolver o problema", acrescentou.
O representante de Kiev, que falava por ocasião dos 100 dias de invasão russa da Ucrânia, fez um balanço geral das perdas sofridas pelo seu país e dos danos causados pelo exército russo.
Pouco antes da guerra, a Ucrânia estava a caminho de se tornar o terceiro maior exportador de trigo do mundo e, sozinha, era responsável por metade do comércio mundial de sementes e óleo de girassol.
A Turquia é considerada um aliado da Ucrânia à qual fornecia 'drones' de combate, mas Ancara quer manter uma posição de neutralidade em relação à Rússia, da qual depende para o fornecimento de energia e de cereais e pretende ter um papel de mediação entre os dois países.
Ancara ofereceu ajuda, a pedido das Nações unidas, para garantir a segurança de corredor marítimos que permitam exportar os cereais ucranianos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, deve deslocar-se na quarta-feira à Turquia para discutir o assunto.
A Ucrânia exportava mensalmente 12% do trigo a nível mundial, 15% do milho e 50% do óleo de girassol.
O conflito que impede a exportação de cereais deve-se ao bloqueio dos portos ucranianos pela marinha russa e às minas no Mar Negro, o que levou a um aumento dos preços nos mercados agrícolas e a um risco sério de fome em países que dependem destes fornecimentos, em particular África e Médio Oriente.
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