Os três representantes da Procuradoria Nacional de Antiterrorismo, Camille Hennetier, Nicolas Braconnay e Nicolas Le Bris, vão revezar-se para demonstrar as responsabilidades dos 14 arguidos presentes perante o tribunal parisiense e dos outros seis julgados na sua ausência (incluindo cinco quadros do Estado islâmico presumivelmente mortos).
Doze pessoas enfrentam prisão perpétua, incluindo o único membro vivo dos comandos jihadistas, Salah Abdeslam.
Na abertura do julgamento a 08 de setembro, apresentou-se como um "combatente pelo Estado islâmico". Os ataques, disse o francês de 32 anos uma semana mais tarde, foram apenas uma resposta aos bombardeamentos franceses na Síria e no Iraque: "Nada pessoal".
Alguns meses mais tarde, o homem que se tinha mantido em silêncio durante os cinco anos de investigação disse ter "desistido da humanidade", para ativar o seu cinto de explosivos num bar no 18.º distrito de Paris. Em seguida, pediu desculpa às vítimas.
Contudo, a acusação, que sempre favoreceu a tese de mau funcionamento do cinto em vez da sua renúncia, mostrou-se cética em relação à sua versão, considerando o depoimento "incongruente". Os três procuradores reconstruirão primeiro o puzzle de um arquivo monumental e solicitarão então sentenças.
Segundo a AFP, não deverá haver surpresas nos argumentos finais, que deverão durar cerca de 15 horas no total, já que o caso pouco mudou nos mais de 130 dias de audições.
As alegações finais dos procuradores seguem-se a duas semanas de intervenções dos assistentes do processo, nas quais os advogados voltaram àquela noite em Paris e Saint-Denis: bombistas suicidas a explodir em frente ao Stade de France e comandos a disparar sobre os terraços de cafés e restaurantes e contra a multidão num concerto no Bataclan.
Após os argumentos finais, a palavra será dada à defesa a partir de 13 de junho. O veredicto é esperado a 29 de junho.
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