Johnson espera que moção de censura ponha "ponto final" nas críticas

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considera que a moção de censura que enfrenta hoje no Partido Conservador é uma "oportunidade" para "pôr um ponto final" nas críticas internas e "seguir em frente", disse um porta-voz de Downing Street.

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Lusa
06/06/2022 10:27 ‧ 06/06/2022 por Lusa

Mundo

Reino Unido

Para Johnson, a votação que irá hoje decorrer ao fim da tarde é "uma oportunidade para acabar com meses de especulação e permitir que o Governo ponha um ponto final e siga em frente, cumprindo as prioridades da população". 

"O primeiro-ministro aprecia a oportunidade de apresentar a sua posição aos deputados e lembrá-los de que, quando eles estão unidos e focados nas questões que importam para os eleitores, não há força política mais formidável", disse o mesmo porta-voz de Downing Street (residência e gabinete oficial).

Boris Johnson vai ser sujeito a uma moção de censura enquanto líder do Partido Conservador após dezenas de deputados terem manifestado descontentamento. 

Graham Brady, presidente do grupo parlamentar conservador, também conhecido por Comité 1922, declarou hoje de manhã ter sido ultrapassado o patamar de 45 subscritores da moção entre 359 deputados para desencadear o processo. 

"A votação terá lugar esta tarde, na Câmara dos Comuns, entre as 18:00 e 20:00 horas [mesma hora em Lisboa], e anunciaremos o resultado pouco depois", referiu.

O processo da moção de censura é secreto e o resultado é determinado por maioria simples, equivalente a 180 votos. 

Se Johnson ganhar mais de metade dos votos permanecerá como líder do partido e terá um ano de imunidade contra novas moções de censura, mas uma derrota abrirá caminho a uma eleição interna para encontrar um sucessor na qual o atual primeiro-ministro não poderá concorrer à reeleição.

Hoje de manhã, o antigo secretário de Estado das Finanças Jesse Norman juntou-se ao grupo de insurgentes, publicando uma carta onde enumera uma série de razões pelas quais retirou o apoio a Johnson. 

Entre estas constam o escândalo das festas em Downing Street durante a pandemia de covid-19, conhecido como Partygate, a intenção de legislar para suspender partes do Protocolo da Irlanda do Norte do Acordo do Brexit ou a política de enviar imigrantes ilegais para processamento no Ruanda.

Na missiva, Jesse Norman diz a Johnson que "prolongar esta charada de permanecer em funções não só insulta o eleitorado (...) mas torna uma mudança de Governo nas próximas eleições mais provável".

Pelo contrário, dezenas de deputados 'tories' (conservadores) reiteraram estar do lado de Johnson, nomeadamente os ministros dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, da Cultura, Nadine Dorries, da Saúde, Sajid Javid, e das Finanças, Rishi Sunak. 

"O primeiro-ministro acertou as grandes decisões sobre o Brexit e a covid-19. Precisamos de nos concentrar agora na defesa da Ucrânia, impulsionar o nivelamento [do país] e gerar crescimento. Precisamos de ultrapassar este momento e unir-nos em torno de Boris para enfrentar esses desafios", resumiu o ministro da Habitação, Michael Gove.

Leia Também: Boris Johnson enfrenta voto de rejeição dos Conservadores

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