"Vergonhosos" crimes de guerra russos não ficarão impunes

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, rejeitou hoje nas Nações Unidas (ONU) a impunidade para os crimes de guerra "vergonhosos" cometidos pela Rússia na Ucrânia e defendeu que a "propaganda russa" tem de acabar.

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© REUTERS/Johanna Geron

Lusa
06/06/2022 19:02 ‧ 06/06/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

Numa declaração perante o Conselho de Segurança da ONU, que se reuniu hoje para abordar a violência sexual e o tráfico de seres humanos no contexto da guerra na Ucrânia, Michel dirigiu-se diretamente ao embaixador russo junto das Nações Unidas, Vasily Nebenzya, acusando o Kremlin de travar as exportações de comida para os países em desenvolvimento.

"No momento em que falo, foram divulgados relatos sobre o uso de violência sexual por tropas russas como arma de guerra. A violência sexual é um crime de guerra, é um crime contra humanidade. Tratam-se de atos vergonhosos, uma guerra vergonhosa", disse o presidente do Conselho Europeu.

"Estive em Borodyanka, onde foram cometidas atrocidades, crimes contra a humanidade. É por isso que estamos a prestar assistência para reunir provas desses crimes. A impunidade não é uma opção. Esses crimes devem ser punidos", frisou.

Charles Michel acusou ainda a Rússia de propaganda e de ter em curso uma forte campanha de mentiras e desinformação.

"Devemos acabar com a propaganda russa", uma vez que a União Europeia "não impôs nenhuma sanção ao setor agrícola na Rússia" e que sanções europeias "não impedem que navios russos transportem alimentos, cereais ou fertilizantes para países em desenvolvimento", argumentou o político belga.

"O Kremlin está a usar suprimentos de alimentos como um míssil invisível contra nações emergentes. (...) A Rússia é a única responsável por esta situação, apesar da sua campanha de mentiras e desinformação", acrescentou.

Michel disse também que as recentes ações da Rússia estão a abalar a "herança brilhante" deixada por artistas e escritores russos que são referências para o mundo, como Leo Tolstoy ou Pyotr Ilyich Tchaikovsky.

Leia Também: Rússia e Bielorrússia deixam processo educativo de Bolonha

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